Mar 09
Os 222 gráficos da EMEPE, empresa localizada em Vinhedo (SP), estão sorrindo à toa. A razão da felicidade é porque, depois de quatro meses de negociação, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica (STIG) Jundiaí está quase garantindo um dos melhores acordos em favor deles. Na próxima semana, a negociação deve findar com pontos importantes para a vida do trabalhador. A entidade de classe conseguiu negociar a redução da jornada semanal de trabalho, dobrar o tempo destinado ao período da refeição, evitar trabalho todos os sábados e ainda garantir um percentual no valor da hora-extra do trabalho realizado aos sábados, bem superior ao definido pela CLT e até mesmo que a CCT. Além disso, reafirmando a combatividade sindical, o STIG, que é o único órgão dos gráficos dentro do Estado a garantir o direito dos funcionários à folga remunerada no Dia do Gráfico, 7 de fevereiro, consolidará novamente tal feriado no acordo.

"Quando fecharmos o acordo, que está praticamente definido, faltando apenas pequenos detalhes, nenhum gráfico terá mais de trabalhar as 44 horas semanal de jornada, como aborda a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)", conta o presidente do STIG Jundiaí, Leandro Rodrigues. Depois do novo acordo, o trabalhador da EMEPE terá uma redução de quase 3 horas toda semana. Em média, os trabalhadores dos três turnos ficarão com uma jornada em torno de 41 horas. "Enquanto a legislação não muda de 44h para 40h semanal, em favor da vida dos trabalhadores, vamos lutando e reduzindo a jornada de trabalho através das negociações diretas junto a esta e outras empresas da nossa Região", frisa Rodrigues.

A reivindicação da redução da jornada na empresa é fruto de uma outra pauta do sindicato em prol dos gráficos. Por anos, sob a prerrogativa de cumprir a lei no que tange a obrigação do trabalhador no cumprimento da jornada de 44 horas semanal, os funcionários eram penalizados no tempo da hora da refeição para evitar o trabalho em todos sábados. A EMEPE vem mantendo um intervalo reduzido da refeição, só com 30 minutos, em contrapartida, os funcionários são escalados para o serviço em sábados alternados. "Todavia, por entendemos ser desumano tão pouco tempo para a refeição, entendimento que muitos magistrados já concordam, bem como somos contrário a obrigação do trabalho todos os sábados, batemos forte contra tais práticas, e, quando o acordo for fechado, acabaremos de uma vez por todas com isso", diz Rodrigues.

O acordo, proposto pelo sindicato, estabelece o tempo de uma hora de duração da refeição, sem prejuízo no final de semana do trabalhador. Isso ocorrerá porque a negociação mantém a mesma alternância do trabalho aos sábados, mesmo dobrando o tempo para a refeição. Além disso, o acordo também trata do valor da hora-extra do serviço no sábado. A hora-extra será de 80 porcento adicional à hora de trabalho em dias normais. "Para se ter ideia, este percentual é 30 porcento maior do que determina a CLT, onde obriga apenas 50 porcento. Os 80 porcento negociado é maior até mesmo ao que define a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria no Estado de São Paulo, onde estabelece 65 porcento", comemora.

Desfecho
A conclusão do acordo deve ocorrer na próxima semana. Na ocasião, o STIG Jundiaí estará realizado uma assembleia com os trabalhadores dos três turnos da empresa EMEPE. "Houve pequenas mudanças nos termos do acordo, por isso, será necessária esta última etapa", explica Rodrigues. Porém, o dirigente garante que não existe nada de que tire as já conquistas anunciadas, as quais inclusive já são de conhecimento dos empregadores, que devem chancela-las sem maiores problemas.

FONTE: STIG JUNDIAÍ

written by FTIGESP