Mar 24

Perderão ainda o direito ao abono de faltas para levar o filho ao médico

Estes são alguns de vários direitos especiais na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria (CCT) que 32 mil trabalhadoras gráficas paulistas deixarão progressivamente de ter direito se avançar a reforma do Temer sobre os direitos trabalhistas. Estão ainda com os dias contados o direito ao abono de dias do trabalho para levar seu filho até 12 anos ao médico.A CCT permite até oito idas ao ano para acompanhá-los nas consultas e 10 faltas abonadas em caso de internação dele. A estabilidade maior da mulher gráfica gestante, contido na CCT, sumirá como outros direitos. A mulher trabalhadora acha isso moderno como defendem os deputados ao se declararem favoráveis à aprovação desta reforma trabalhista, que, além de permitir excluir direitos da CCT, ainda cria novas contratos de emprego sem a proteção da convenção para prejudicar tais conquistas? Fazem isso para reduzir o custo do patrão com sua folha de pagamento. É contra tudo isso, que milhares de mulheres se somaram nos protestos na capital paulista, Baixada Santista, Jundiaí e outras regiões do Estado onde houve manifestações contra tal reforma na última semana.

Hoje todas mulheres gráficas paulistas têm direito da CCT onde garante R$ 512,60 mensal de auxílio-creche para filho de até 3 anos. Todas têm ainda uma estabilidade maior no emprego após o período de gestação. Podem acompanhar seus filhos ao médico sem desconto salarial, além de outros direitos que buscam reduzir a falta de oportunidade da mulher dentro da indústria do setor e etc.. "O problema que tudo pode acabar se passar a reforma trabalhista do Temer", alertam as sindicalistas gráficas de várias regiões do Estado, a exemplo de Elisângela Oliveira (capital), Sueli Reis (Baixada Santista) e de Valéria Simionatto (Jundiaí e Região).

Simionato, por exemplo, que participou ativamente nas manifestações na última quarta contra a reforma trabalhista e previdenciária na Avenida Paulista, que reuniu mais de 200 mil pessoais, destaca que as mulheres gráficas de todas as empresas precisam se empoderar e entrar na luta, ou amargarão depois o fim desses avançados direitos contidos na CCT. O presidente da Federação paulista dos gráficos (Ftigesp), Leonardo Del Roy, concorda com Simionato e as demais sindicalistas. Ele realça esta necessidade de empoderamento e participação feminina: é fundamental para pressionarem a posição de deputados federais paulistas (lista aqui) sobre à decisão deles quanto às reformas e consequente fim de direitos.

Mas, muitos deputados, sobretudo os ligados aos setores patronais, têm defendido abertamente esta reforma. Só a pressão popular pode mudar. Envie e-mails para eles (lista aqui) dizendo que ou vota contra ou depois terão o voto contrário para a reeleição deles na eleição do próximo ano. "Mulheres gráficas não deixem que as conquistas de direitos para vocês sejam perdidas com aprovação da reforma trabalhista. Empoderem-se, informem-se, mandem e-mails aos deputados e participem desta luta", convoca Leandro Rodrigues, secretário-geral da Ftigesp. Ele inclusive saúda todas trabalhadoras pelo mês atual que se celebra o Dia Mundial da Mulher e faz um alerta: esta data só existe porque no passado várias mulheres lutaram para conquistar direitos trabalhistas e sociais, assim, agora é a hora de lutarem pela garantia de todos direitos conquistados.

written by FTIGESP