Abr 24

Trabalhadores, troquem um dia de serviço para garantir os seus direitos. Os STIGs precisam se juntar aos movimentos sindicais de cada região para prepararem e intensificarem a paralisação. Na região de Jundiaí, cada sindicato está fazendo assembleias, a exemplo do STIG local, para promoverem várias paralisações de empresas de segmentos distintas

Cem anos após a primeira greve coletiva, a classe trabalhadora voltará a realizar uma história greve geral no Brasil na próxima sexta-feira (28). Em 1917, lutava-se para ter direitos e ter representação sindical, agora, em 2017, a luta é para mantê-los. Todas centrais sindicais assumiram o desafio de parar o país contra as reformas do governo Temer. E razões não faltam para os gráficos e demais profissionais cruzarem os braços. Temer e sua base aliada no Congresso Nacional, mesmo envolvidos na lista da Operação Lava Jato, aprovam leis contra os direitos da classe trabalhadora e querem mais. Após validar a terceirização e o contrato temporário de trabalho, retirando direitos convencionados do operário, eles acabam de apresentar mais de 100 pontos contra direitos da CLT e se preparam para votar. Ou para-se o país, ou volta-se aos retrocessos do período de 1917, com jornadas elevadas e sem direito aos direitos.

"O cenário de retirada de direitos com as reformas do Temer só mudará se os Sindicatos dos Gráficos (STIGs ) no Estado e no Brasil e demais entidades de classe convencerem os trabalhadores e o povo (inclusive todos aqueles iludidos com o 'pato amarelo' da Fiesp) de pararem as suas atividades na sexta (28)", convoca Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), todos STIG a assumirem esta tarefa de parar a categoria nas suas regiões durante a greve geral, honrando assim o legado da classe gráfica originário da greve de 1923.

O dirigente é categórico ao afirmar que só com o sucesso da greve que a avalanche de ataques aos direitos trabalhistas e sindicais pode parar. Ele orienta os STIGs a se juntarem aos movimentos sindicais e sociais de cada região para prepararem e intensificarem a grande paralisação.

"A greve geral precisa ser tão forte e radical quanto têm sido os ataques aos nosso direitos de se aposentar e os demais direitos trabalhistas", diz Leandro Rodrigues, secretário-geral da Ftigesp. O dirigente, que preside o STIG na região de Cajamar, Jundiaí e Vinhedo, seguiu a orientação da Federação e já há duas semanas tem se reunido com o movimento intersindical para garantir grande paralisação na sexta (28). A entidade também está realizando assembleias nas portas das maiores gráficas, explicando aos trabalhadores sobre a necessidade da adesão à greve para frear o ímpeto do governo Temer e seus aliados de retirar direitos.

Na região de Jundiaí, haverá várias paralisações de empresas de áreas distintas. Cada sindicato está fazendo assembleias, a exemplo do STIG. "Já está definido até uma ação conjunta na entrada do distrito industrial de Vinhedo e Cajamar, a fim de ampliar a adesão da greve desta sexta", diz Rodrigues. E outras ações supressas estão previstas para este dia.

Del Roy parabeniza a atitude do STIG Jundiaí e reforça a necessidade de que todos os STIGs encabecem a preparação de uma radical greve em cada região do Estado. "Temer e seus aliados não estão brincando", adverte o dirigente. Ele lembra que há poucos dias o relator da reforma trabalhista modificou para pior o texto original deste projeto de lei que permitirá a empresa negociar para baixo vários direitos do empregado. O projeto original permitia negociar 13 direitos, agora, são mais de 100. A votação no plenário da Câmara dos Deputados acontecerá em breve. Portanto, ou os trabalhadores param na sexta, ou perderão quase tudo!

written by FTIGESP