Out 27

Os trabalhadores das gráficas do município de Campinas, um dos mais desenvolvidos do estado de São Paulo, devem conquistar um reajuste salarial acima da inflação anual pelo segundo ano consecutivo. Esta é a previsão do Sindicato da categoria da região (STIG), depois de participar da primeira rodada de negociação com a entidade patronal da classe na cidade, realizada na última semana. As informações foram repassadas à equipe de reportagem da Federação Estadual dos Gráficos (Ftigesp) por José Benedito Teixeira, presidente do STIG Campinas, mas conhecido por Mococa. A data-base da categoria é em primeiro de novembro.

Pelos termos acordados na negociação, que devem ser fechado ainda nesta semana, haverá dois índices de reajuste, sendo todos eles com ganho real. "O percentual maior é para quem ganha o piso salarial. Se tudo der certo, será de 5%, ante a uma inflação nos últimos 12 meses que não deve chegar aos 2%", conta Mococa. O respectivo reajuste pode ser então mais que o dobro da inflação do período. Se confirmado, atingirá grande parcela da categoria na cidade. Cerca de 1,3 mil gráficos nas empresas do ramo em Campinas recebem ainda esta faixa salarial.

O STIG, apesar de ter exigido igual percentual de 5% para os gráficos das demais faixas salariais, o sindicato patronal rejeitou. Porém, aceitou garantir um reajuste também acima da inflação anual. "Defendemos 3%, ante a inflação que ficará abaixo de 2%, sendo aprovado no encontro", fala Mococa. O dirigente alerta, porém, que nada está definido enquanto não houver a consulta dos representados de cada parte da negociação. Os patrões e os trabalhadores estão sendo consultados nesta semana.

"Se for confirmado, o resultado desta negociação do STIG Campinas se torna uma referência para nós, da maioria dos demais STIGs paulistas, que estamos em negociação com o sindicato patronal que representa as gráficas de quase todas as regiões do estado (Sindigraf/SP). Aliás, o Sindigraf-SP sequer marcou a primeira rodada, mesmo com a nossa data-base já na próxima quarta-feira (1º)", conta já insatisfeito Leandro Rodrigues, presidente do STIG Jundiaí e secretário-geral da Ftigesp.

O caso inclusive desperta cenários de mobilizações individualizadas dos STIGs em cada região envolvida, a exemplo de Guarulhos, que pode se estender paras as demais áreas diante da postura da entidade patronal. "A nossa prioridade é pela campanha salarial unificada, mas o Sindigraf precisa dar condições mínimas, como iniciar as negociações e garantir de pronto a data-base e a manutenção completa da convenção coletiva da classe", sinaliza Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Ele aproveita para parabenizar o STIG Campinas pelo desempenho e o resultado da negociação em defesa dos profissionais gráficos da cidade.

written by FTIGESP