Out 30

Não há outra forma de garantir os direitos atuais dos gráficos paulistas na atual campanha salarial senão através do acirramento da luta na porta das empresas que não quiserem garantir as condições vigentes. Se o trabalhador ou o sindicalista ainda não têm certeza, basta observar a postura adotada pelo Sindicato patronal da maioria das gráficas do estado (Sindigraf-SP). A entidade marcou a 1ª rodada de negociação somente para esta segunda-feira (30), no penúltimo dia da validade da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da classe, encobrindo-se no poder maléfico da nova lei trabalhista que destrói uma série de direitos.

Neste cenário devastador da reforma trabalhista que entra em vigor no próximo dia 11 e de só mais um dia de validade da CCT, que o patronal já se abriga nestas condições para pressionar pela retirada de direitos nas negociações da campanha salarial, conforme antecipa o presidente do Sindicato dos Gráficos (STIG) de Guarulhos, Francisco Wirton, a única maneira de evitar este mal é pela via da luta. E este norte já está sendo seguido pelo STIG de Guarulhos. Na cidade tem 281 gráficas. Uma delas é a 15ª maior editora global, a FTD, que celebrou há poucos dias todas metas e a previsão de rodar 550 mil livros até o final do ano.

Na frente da FTD houve inclusive uma assembleia dos trabalhadores na última semana. Foi puxada pelo STIG local, contando com o apoio dos STIGs das regiões de Jundiaí e de Barueri/Osasco, além de outras mais classes. Esses três STIG são filiados à Federação Estadual da classe (Ftigesp), que coordena o processo da campanha salarial unificada que reúne 15 sindicatos. Todos os STIGs e mais a Ftigesp estão hoje às 14h no Sindigraf/SP para iniciar oficialmente as negociações da campanha. O STIG Guarulhos inclusive estará presente. E ele já tem uma lista de assembleias em outras varias empresas que se recusaram a negociar.

"Contei 200 gráficos na 1ª assembleia da FTD e a coisa deve ampliar se o patronal não estiver disposto a garantir os atuais direitos da categoria", diz Leandro Rodrigues, secretário-geral da Ftigesp e presidente do STIG Jundiaí, que também começou a fazer assembleias na base de atuação do sindicado que comanda. Para Jorge Caetano, vice-presidente da Ftigesp, o STIG Guarulhos demonstra o protagonismo necessário para o movimento sindical dos gráficos e das demais classes seguirem, pois é preciso reagir na mesma proporção de ataques aos direitos por parte do governo Temer puxados pelas entidades patronais, a exemplo da Fiesp.

"Esperamos que o Sindigraf-SP não rompa a tradição da manutenção da data-base da categoria, bem como a garantia dos direitos preexistentes. Isso é necessário não se pulverizar as assembleias e os respectivos acirramentos nas empresas da região de Guarulhos e nas demais 14 regiões de abrangência dos demais STIGs envolvidos na campanha salarial coletiva, que pode se individualizar frente a postura patronal", diz Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp e coordenador da negociação.

written by FTIGESP