Nov 06

Uma rodada de negociação extra entre patrões e trabalhadores gráficos paulistas será realizada nesta terça-feira (7) depois da categoria realizar assembleias em várias regiões na última semana em resposta ao golpe do patronal que rompeu a tradição que mantinha a data-base da classe, atacando 87 direitos coletivos, ameaçando a validez deles desde então. Mais assembleias podem ser realizadas hoje em outras gráficas distintas do estado. As mobilizações devem crescer se o patronal insistir no ataque. Vários sindicatos obreiros (STIGs) não descartam a notificação de greve já na mesa de negociação de amanhã. Dependerá da postura patronal.

Os protestos dos trabalhadores explodiram logo depois do golpe à data-base. Até um dia antes do feriado de Finados, a reportagem conseguiu registrar assembleias em regiões distintas do estado: Barueri/Osasco, Taubaté, Jundiaí e Bauru. Cresce a revolta e desejo de greve na classe. Houve atividades com os funcionários das gráficas Margraf e Sociedade Bíblica, no bairro de Taboré em Barueri. Simultaneamente, acontecia assembleias na Multinacional Morpho do Brasil em Taubaté. E depois na Editoria Santuário na cidade de Aparecida. No mesmo horário, ocorria outra mobilização com os gráficos da empresa Gonçalves em Cajamar. Na sequência, em Bauru, foi a vez de atividades com gráficos da Tilibra.

Uma semana antes, os gráficos da Editora FTD em Guarulhos pararam para ouvir também do movimento sindical sobre as manobras patronais. Já era previsto um possível ataque durante o começo das negociações. "Nem à base de repressão entregaremos os direitos dos trabalhadores de "mão beijada" a patronal algum. A opressão político-patronal sempre foi e continuará sendo o combustível para a luta da classe trabalhadora", destacou Francisco Wirton, presidente do STIG Guarulhos na atividade.

"Não esperem que ficaremos parados se continuarem a atacar a nossa data-base e direitos coletivos. E se não tratam do nosso reajuste salarial e nossa pauta de reivindicação que busca reduzir os efeitos da reforma trabalhista", fala Álvaro Rodrigues, presidente do STIG Barueri/Osasco, adiantando que a categoria está sendo colocada em Estado de Greve. Amilton Kalffmann, presidente do STIG Bauru lamenta que a nova fase do patronal de respeito à data-base da classe, que coaduna a realidade escravocrata devido a reforma trabalhista do Temer e congressistas.

O movimento obreiro dos gráficos, por sua vez, pode e deve responder ao ataque já a partir de amanhã durante a rodada extra de negociação. "Espero que não seja necessário decretar greve, mas isso dependerá só da posição patronal na rodada desta terça", falou Sandro Ramos, diretor do STIG Taubaté, durante assembleia na Morpho. Leandro Rodrigues, presidente do STIG e secretário-geral da Federação Estadual da classe (Ftigesp), está inclusive com o texto da notificação de greve pronta para ser apresentada socializada pelos demais STIGs e entregue ao patronal.

written by FTIGESP