Fev 07

Nestes 95 anos do Dia dos Gráficos, a Ftigesp fez uma carta aqui  para todos os gráficos do estado de São Paulo, chamando a responsabilidade de cada um para o que possa vir a acontecer de positivo ou de negativo a todos

Quase cem anos depois, o setor patronal conseguiu agora, em partes, vingar-se dos gráficos que impuseram uma histórica derrota há 95 anos, quando iniciaram no dia de hoje, 7 de fevereiro, a greve geral de quase dois meses, resultando, a partir da luta sindical que acabou sendo aceita pelos patrões, na criação da 1ª espécie da direitos trabalhistas para toda categoria, o que hoje chama-se Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), renovada a cada ano pelos sindicatos (STIGs) na campanha salarial. É por isso que hoje, diante da força dessas conquistas, é o Dia do Gráfico. Mas tais conquistas estão agora sendo restringidas pelo setor patronal, a partir da aprovação da lei da reforma trabalhista de Temer, a qual tem poder de acabar tais direitos da categoria porque destrói a unidade do trabalhador e sua organização via seu STIG, como tem sido estimulado.

Desse modo, neste dia simbólico de hoje para a classe, a Federação paulista dos Gráficos (Ftigesp), que representa todos os 19 STIGs do estado, totalizando 90 mil gráficos na base, alerta a todos que o patrão vencerá com a retirada dos direitos coletivos em breve, se cada gráfico continuar seguindo o discurso da mídia contra seu próprio sindicado, o qual faz o próprio trabalhador desistir de fortalecer o seu STIG, entidade tal que defende seus direitos coletivos, salário e condições de trabalho.

A Ftigesp, órgão que completa 45 anos este ano, período que ajudou a criar várias STIGs para organizar a luta nas regiões em prol do gráfico, a exemplo de Guarulhos, Barueri/Osasco, ABCD e muitos no interior, é responsável direito nas conquistas que fizeram evoluir para os atuais 89 direitos coletivos para os 90 mil gráficos, como cesta básica, PLR, pisos salariais, valores maiores para a hora-extra e o adicional noturno e etc. Assim, espera que a classe volte a fortalecer político e financeiramente os STIGs, seja não se opondo à contribuição anual, seja principalmente se sindicalizando, ou então será questão de tempo para a Ftigesp e os STIGs fecharem e, na sequência, a destruição dos direitos coletivos dos gráficos, diante da força da nova lei trabalhista de Temer e dos patrões.

"A decisão é sua ou mantém seu sindicato vivo ou não tenho dúvidas: perderá todos benefícios que foram conquistados não por este governo golpista, mas pelos seus STIGs e pela Ftigesp", destaca Leonardo Del Roy, presidente da Federação. Além disso, ele lembra aos gráficos que sempre há vantagem em fortalecer a luta sindical, sobretudo porque a contribuição é sempre bem menor em relação ao que se ganha com os direitos econômicos e faixas salariais em comparação ao posto na CLT.

"Se o gráfico continuar seguindo só o que a mídia fala de mal contra os sindicatos, estimulando a não participação e contribuição financeira do trabalhador à sua entidade de classe, apesar da mídia não falar do mal da retirada do conjunto de direitos que a reforma trabalhista permitiu e que só a luta sindical dos trabalhadores pode enfrentar tamanho ataque, será o fim dos sindicatos e também dos direitos coletivos da categoria", pontua Álvaro Ferreira, diretor de Comunicação da Ftigesp. Infelizmente, mal começou a validade da reforma trabalhista e já se vê a redução da estrutura e da ação sindical dos STIGs em defesa dos gráficos, como já observar Leandro Rodrigues, secretário-geral da Ftigesp. Ele convoca a categoria para se sindicalizarem em massa para reverter esta situação.

written by FTIGESP