Abr 13
O A Tribuna de Santos, maior jornal do interior do estado de São Paulo na atualidade, passou a demitir quase que semanalmente profissionais de várias categorias do segmento. Embora na última semana não houve desligamentos de gráficos, até porque, segundo avalia o Sindicato da categoria (STIG), o quadro funcional já está muito reduzido, com apenas cerca de 20 gráficos nos setores de pré-impressão, impressão e outros, os rumores sobre o fechamento do parque gráfico só vem crescendo. Foi demitido até o funcionário que é dirigente sindical. E quem continua não tem segurança. Os boatos já falam no fechamento em três meses.

O STIG Santos, por sua vez, não tem nenhuma informação oficial, mas confirma as sistemáticas demissões dos gráficos, jornalistas e demais trabalhadores. Jorge Caetano, que é o secretário-geral do Sindicato dos Gráficos, ratifica que, apesar de não ter recebido nada formalmente pelo jornal, existem muitas especulações sobre a extinção do parque gráfico. Entre boatos, e o STIG espera que sejam só rumores, fala-se até de que a impressão do jornal será feita pela gráfica da Folha/SP ou do Estadão. "O fato é que hoje temos no máximo 12 empregados no parque gráfico do jornal A Tribuna de Santos. E mais uns 11 trabalhadores gráficos em outros setores no prédio administrativo da empresa", informa Caetano.

O STIG lamenta por tudo o que está ocorrendo, sobretudo pelos gráficos demitidos nos últimos meses, bem como os vários outros em 2017. Com isso, a quantidade de sindicalizados têm reduzido bastante, visto que a maioria significativa dos gráficos do jornal era de filiados ao sindicato. O fato é que, conforme tem observado o órgão da classe, a empresa está enxugando seu quadro de funcionários (gráficos, jornalistas e outros), o que só faz ampliar os boatos e rumores sobre o fechamento da gráfica.

Outro problema além das demissões é que o jornal deixou de realizar as homologações das rescisões contratuais na entidade dos gráficos, o que reduz a transparência sobre o cumprimento e o pagamento de todos os direitos dos trabalhadores, já que exclui o monitoramento do sindicato. com base na retrógrada nova lei do Trabalho de Temer e seus aliados. Contudo, apesar do retrocesso do jornal em tirar o STIG deste processo vital, Caetano revela que, até o momento, não houve uma reclamação sequer sobre o descumprimento dos direitos de cada gráfico desligado.

A Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), órgão que o STIG Santos é filiado, está acompanhando com muita preocupação este cenário de desemprego e aproveita para protestar pela forma como a empresa está se comportando. "Falta clareza sobre o futuro do jornal em uma situação totalmente desumana", critica Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Ele repudia a falta de respeito e desconsideração aos profissionais que durante muitos anos laboraram com total dedicação, dando sustentação para a empresa garantir a sua credibilidade a nível de Baixada Santista.

written by FTIGESP