Mai 04

Trabalhador faz questão de contribuir financeiramente com STIG Santos para fortalecer a entidade na defesa dos direitos e salários da categoria

Há poucos dias, um experiente gráfico da Baixada Santista demonstrou a sua plena consciência de classe em contraponto à posição de grande parcela dos trabalhadores que, enganados pelo governo Temer e mídia a partir da nova lei do trabalho a mando do setor patronal, continua se afastando e enfraquecendo política e economicamente o seu sindicato, pondo em risco seus direitos, salários, condições laborais e empregos. O exemplo da consciência de um gráfico, reagindo à essa manipulação das elites que a maioria dos profissionais mais jovens estão seguindo, vem do trabalhador Alberto Palermo, da Seal Serigrafia, em Santos. De forma autônoma, mesmo com a empresa deixando de descontar a sua contribuição financeira em favor do seu Sindicato (STIG), ele não só decidiu fazê-la, como deu publicidade a sua ação pra convencer outros.

Alberto fez questão de efetuar o pagamento diretamente no Sindicato. Na ocasião, ele destacou que sabe da importância da sua contribuição para manter o STIG com poder para enfrentar o patrão nas negociações salariais e da renovação da convenção coletiva de trabalho dos gráficos. "Ele demonstrou consciência de que a única entidade que representa a classe é o sindicato, devendo, portanto ser mantido pela própria classe, caso queira manter seus direitos", diz Jorge Caetano, secretário-geral do STIG Santos, entidade filiada à Federação Estadual da classe (Ftigesp).

Não foi à toa que a nova lei do trabalho desobrigou todas as empresas de fazerem justamente o desconto anual dessa contribuição na folha de pagamento dos empregados. Muitos gráficos estão dando um tiro no pé ao deixarem de contribuir. "Não faz sentido comemorar essa suposta economia com o fim de uma contribuição no valor de um dia do trabalho anual, enfraquecendo o órgão sindical que trás benefícios financeiros e direitos socioeconômicos bem superiores através da garantia anual da convenção coletiva", pontua Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp.

Sueli Reis, presidente do STIG Santos, lembra inclusive que a entidade fez uma assembleia no Dia Nacional dos Gráficos, em 7 de fevereiro, a fim de "conscientizar (a classe) para lutar e enfrentar os novos desafios". Porém, infelizmente, poucos trabalhadores entenderam o recado e apelo feito a todos frente à necessidade da manutenção da estrutura sindical. Apesar disso, a sindicalista parabeniza todos que de forma consciente autorizaram o desconto da contribuição e ainda aproveita para convocar a categoria a fortalecer o STIG para sua autodefesa, sindicalizando-se.

Não abandonem seu sindicato porque a consequência será a perda do poder da entidade de representar os interesses da classe trabalhadora, inclusive com suspensão e até o fim da prestação de serviços diversos. "A nova lei do trabalho, em menos de cinco meses de validade, já tem mostrado o potencial de reduzir direitos e empregos. Logo, mais do que nunca o momento carece de maior unidade e organização dos gráficos junto ao STIG, a fim de tornar o órgão forte para conseguir enfrentar o poderio econômico patronal que foi ampliado com esta nova legislação. Sem a participação dos gráficos, inclusive contribuindo financeiramente e sindicalizando, os direitos e salários sucumbirão", realça Del Roy.

written by FTIGESP