Mai 25

STIG Bauru assumiu a luta para si em defesa dos direitos da categoria

Há duas semanas, os gráficos do Jornal da Cidade de Bauru, tradicional empresa de comunicação desta região, somaram-se à luta do Sindicato da classe do local (STIG) em defesa do plano de saúde, da cesta básica e outros direitos. Em assembleia dentro do parque gráfico, a reação dos trabalhadores ocorreu poucos dias após a empresa ter sido questionada pelo STIG em reunião no Ministério do Trabalho. Na ocasião, o sindicato criticou o jornal pela exclusão de direitos e cobrou o restabelecimento deles.

A empresa deixou de distribuir a cesta básica de alimentos aos gráficos e trocou por um ticket alimentação de R$ 149,90. Embora o valor esteja de acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, ele é insuficiente para comprar todos os itens alimentícios da cesta que era entregue historicamente aos trabalhadores do local. O jornal sempre garantiu uma cesta com itens superiores aos definidos pela convenção. Além disso, além do valor do ticket insuficiente, também passou a fazer um desconto de 20% deste valor na folha de pagamento dos gráficos.

"De imediato, discordamos dessa situação. E alertamos que nada disso pode ser feito legalmente", disse Amilton Kauffman, presidente do STIG, durante a reunião no Ministério do Trabalho e depois na assembleia com os gráficos dentro do jornal. Ele garantiu que a CCT proíbe a retirada de qualquer direito contida nela, ou mesmo por liberalidade da empresa. A convenção estabelece que fica garantida as condições mais favoráveis. Neste sentido, os trabalhadores decidiram resistir e não abrem mão do fim da cesta básica. O STIG cobrará o restabelecimento o mais rápido.

Outro direito que os gráficos não estão dispostos a perder é o plano de saúde, embora não esteja contido na CCT. O jornal retirou o plano após cobrar R$ 200 para cada trabalhador como contrapartida para mantê-lo. "Como os gráficos não tem a condição de arcar com este alto valor em comparação a seus salários, o plano foi cancelado", criticou Kauffman. O dirigente diz que intensificará nos próximos 60 dias a busca pela cesta básica, e depois, conforme foi definido na assembleia, os trabalhadores e o STIG intensificarão a luta pela restabelecimento do plano de saúde.

O Sindicato também solicitou à empresa os dados do ponto eletrônico dos empregados nos últimos cinco anos. A intenção é verificar se houve a ampliação da jornada semanal, conforme denuncias mais recentes. "O STIG é fundamental para a vida dos trabalhadores. A classe precisa se unificar e fortalecer o órgão. Associem-se. Sem isso, direitos, salários, condições laborais e empregos ficam ameaças. Sindicalizem-se agora", endossa Kauffman. Sigam o exemplo dos gráficos do Jornal da Cidade. No local, só falta um trabalhador se filiar para que 100% sejam sócios.

"Sem a existência e participação ativa do Sindicato, a manutenção e até a ampliação de direitos dos gráficos são impossíveis", realça Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista da classe (Ftigesp), entidade na qual o STIG Bauru é filiada. O dirigente alerta os trabalhadores para não se permitirem enganar com falsos discursos da mídia e os patrões contra os sindicatos e em prol da nova lei do trabalho que tira direitos. A ação do STIG no caso do Jornal da Cidade demonstra quem de verdade defende e quem ataca os gráficos. Del Roy aproveita para parabenizar a consciência desses trabalhadores, quase 100 sindicalizados, dando o suporte necessário para que o Sindicato possa atuar com mais força na defesa da categoria. "Kauffman e sua diretoria estão de parabéns", frisa.

written by FTIGESP