Jun 18

Mesmo com dificuldade de encontrar os verdadeiros donos da empresa e intimá-los, o Departamento Jurídico do STIG Marília tem garantido na Justiça do Trabalho que os gráficos recebam as suas verbas rescisórias

Na última semana, depois de mais de um ano do fechamento do Jornal Diário, do Grupo Central Marília de Notícias (CMN), pela Polícia Federal em cumprimento a uma das fases da Operação Lava Jato, os gráficos começaram a receber as verbas rescisórias, através de acordo judicial. E o recebimento agora de seus direitos só está acontecendo graças ao persistente e exitoso trabalho de investigação do Departamento Jurídico do Sindicato da classe (STIG) Marília, liderado pelo advogado Henrique de Arruda Neves, que conseguiu identificar certos responsáveis pela empresa, já que os laranjas foram presos pela PF, o que levou ao fechamento do jornal à época e o desligamento abrupto de todos os profissionais, sem qualquer proteção e recebimento de direitos.

"Desde 2017, quando houve o fechamento, estamos atuando de forma a reduzir o sofrimento dos trabalhadores", diz José Aparecido Sousa, que é presidente do STIG Marília. Como ninguém poderia voltar ao trabalho em face o fechamento pela Lava Jato devido as várias irregularidades, o sindicato acionou logo a Justiça do Trabalho para dar certas garantias aos então ex-funcionários que ficaram sem documentação de demissão. O jurídico da entidade garantiu para todos aqueles que procuraram o STIG o direito de receber o FGTS já depositado e que dessem entrada no Seguro-Desemprego. Tudo isso foi conquistado por alvarás judiciais.

O segundo passo foi buscar as verbas rescisórias de todos eles. Porém, um grande problema estava posto: quem responderia pela empresa se a polícia havia revelado que a empresa era de "laranjas?". "Foi ai que se destacou o Departamento Jurídico outra vez", parabeniza Leonardo Del Roy, presidente da Federação estadual da classe (Ftigesp), entidade na qual o STIG Marília é filiada. O advogado conseguiu identificar certos responsáveis de modo que agora estão fazendo acordos judiciais para pagarem as verbas rescisórias dos gráficos do Jornal Diário em Marília.

Souza revela que já foi alcançado este objetivo em várias audiências na Justiça. O acordo de parcelamento das verbas rescisórias tem sido feito em favor de cada gráfico. O STIG também passou a acompanhar cada um. "Com isso, depois de tudo devidamente pago, colocamos um ponto final neste processo de angústia que tem vivido os trabalhadores", diz o presidente do Sindicato. Embora lamente profundamente a perda dos empregos, ele acredita ter feito o seu papel de defensor da categoria. O dirigente aproveita ainda para convocar todos gráficos da região para se sindicalizarem e contribuírem na manutenção de um STIG firme e forte.

written by FTIGESP