Jun 29

Sandro Ramos assuma a presidência após 20 anos como sindicalista. O dirigente critica a nova lei do trabalho de Temer e pergunta aos gráficos, através de um artigo, a quem interessa o enfraquecimento do sindicato?

Nesta terça-feira (26), os gráficos da Vale do Paraíba passaram a contar com a nova direção do Sindicato da categoria (STIG Taubaté) na região. A direção, presidida pelo gráfico Sandro Ramos, foi eleita há dois meses com a maioria dos votos da classe. Apesar da demonstração eleitoral da unidade dos profissionais, o sindicato enfrentará grande dificuldade nos próximos cinco anos - período de duração do novo mandato. O primeiro desafio é enfrentar o afastamento dos trabalhadores à própria entidade de classe, pondo em risco os seus próprios empregos, direitos, salários e condições laborais. Este perfil suicida tem sido generalizado no estado e no país depois da forte e a alienante campanha midiática nos últimos anos em favor dos patrões com a atual nova lei neoliberal do trabalho, ora aprovada em 2017 para destruir direitos trabalhistas e os sindicatos.

"Teremos que atuar para conscientizar o gráfico que não haverá direitos coletivos e salários superiores à CLT, defendidos pelo sindicato, se não houver a unidade e a participação dos trabalhadores junto ao STIG", diz Sandro. Bastante preocupado, mas disposto a encontrar uma solução para este e outros desafios, sobretudo como combater os efeitos da lei do trabalho de Temer, o dirigente agradece a conscientização daqueles gráficos que continuam sindicalizados, sabendo da importância de lutar juntos, mas reconhece que tem caído muito o número dos associados. A nova lei do trabalho inclusive já trouxe graves prejuízos na região, como o anúncio do fechamento da maior gráfica, a multinacional Morpho. Por conta disso, até a direção sindical teve a redução de dois integrantes.

A nova direção fica no comando do STIG Taubaté até junho de 2023. No período, a sobrevivência da entidade e consequentemente a proteção sindical dos direitos e salários dos gráficos dependerão unicamente dos próprios trabalhadores através da filiação ao órgão da classe. O fato é que o quadro de filiados caíram pela metade. "Se continuarem crendo no falso discurso da nova lei do trabalho como moderna, induzindo-os a acreditar que não precisam mais de sindicato, afastando-os do mesmo, a queda nos direitos, salário e condição laboral é certa", frisa Sandro.

Em poucos meses da nova lei trabalhista em vigor, o Brasil já tem quase 14 milhões de desempregados, cresceu a informalidade e os trabalhos precários com baixos salários e direitos. Além disso, os direitos coletivos de quem está empregado têm sido pressionados pelos patrões com o respaldo desta legislação, a qual também tem permitido a sonegação de direitos com a desobrigação da homologação da rescisão no sindicato.

Para Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), entidade na qual o STIG Taubaté é filiada, o dirigente Sandro e toda sua diretoria sindical está de parabéns. A Ftigesp também confia na continuidade do trabalho do sindicato em defesa da classe na região. "Para nós, enquanto Ftigesp, é de fundamental importância ter um STIG combativo como este Sindicato dos Gráficos ativo no Vale do Paraíba, como já deu demonstrações efetivas do compromisso com a categoria", diz Del Roy. Deste modo, o sindicalista propaga para que os gráficos da região mantenham o apoio irrestrito nas ações do Sindicato, sobretudo diante da nova campanha salarial para que todos tenham êxito por meio do enfrentamento aos desafios para a garantia e a ampliação de diretos. "Vamos em frente companheiros, só unidos é que seremos fortes", frisa.

written by FTIGESP