Jul 02

Sindicato tem consultado a categoria de Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe sobre a necessidade da sindicalização ou desvinculação com a entidade

Nos últimos dias, os profissionais das gráficas em Itanhaém, Mongaguá e Peruíbe, cidades a 60 km de distância da sede do Sindicato da classe (STIG Santos ), estão sendo alertados pela direção da entidade sobre a importância da ação sindical para preservação de seus direitos, salários e condições laborais. Nestes locais, por exemplo, que só foram incluídos à base de representação sindical do quase centenário STIG em meados da década de 1990, os gráficos recebiam salário mínimo e não tinham nenhum dos direitos coletivos da categoria - situação que mudou após tal representação sindical. Apesar disso, hoje poucos dos trabalhadores estão sindicalizados. Assim, a entidade tem feito assembleias com todos eles dentro de cada uma das empresas em que laboram para consultá-los se preferem se conscientizar da relevância do sindicato, associando-se e fortalecendo a luta, ou não terão mais a representação do órgão.

A ação começou pelas gráficas da cidade de Itanhaém. A assembleia foi feita nas empresas Itanhaém e Belas Artes. O resultado foi mediano, já que houve uma grande receptividade dos empregados da Belas Artes, enquanto profissionais da Itanhaém foram arredios e desinteressados, embora ficaram de analisar a situação melhor e responder dias depois. Houve o caso de um impressor em processo de aposentadoria que fez uma carta no local dizendo não ter interesse algum na proteção sindical e nem quer nenhum direito coletivo conquistado pelo STIG. "Tomar esta atitude agora, indo se aposentar após todos anos de proteção sindical, é pura ingratidão e injusto com que quem continua na ativa e precisará de proteção", criticou Jorge Caetano, secretário-geral do STIG Santos. Já a receptividade na Belas Artes foi outra. Houve três filiações de imediato e outras ocorrerão. O dirigente acredita que quase todos se associarão.

Todavia, se não houver 70% dos gráficos dessas cidades associados, o STIG Santos revela que não há mais condições financeiras e política de continuar defendendo o interesse desses trabalhadores caso eles virem as costas para o sindicato que tem se dedicado muito para protegê-los. "E não adianta se esconder atrás da crise para negar a sindicalização, pois, apenas de adicional mensal de insalubridade, que nenhum desses profissionais recebiam antes da nossa representação sindical, cada um ganha valor adicional de R$ 190,82 - um valor bem maior que a filiação", diz Caetano. O STIG ainda realizará novas assembleias nas gráficas das cidades pendentes. Contudo, já tomou a decisão de entregar para a Federação Estadual da classe (Ftigesp) a respectiva representação em caso de não atingir o percentual de sindicalizados nestas três cidades.

"Lamentamos ver que alguns gráficos não valorizam o trabalho do STIG em favor deles mesmos e da classe como um todo", conta Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. O dirigente lamenta ainda ao ver que muitos desses profissionais têm tomado tal atitude errada de enfraquecimento dos seus próprios direitos através do abandono ao sindicato, seguindo a manipulação midiática em defesa do empresariado, sendo enganados significativamente. Se continuarem assim, não perderão só o adicional de insalubridade, mas, segundo a Ftigesp, o prejuízo será significativo. Dentre eles, os próprios direitos coletivos negociados pelo Sindicato.

Para Del Roy, o grande risco de prejuízo e em um curto prazo de tempo é certo, caso continuem com uma postura de afastamento do sindicato. "Isolar o sindicato da intermediação entre o trabalhador e o patrão é uma atitude que só vai beneficiar a empresa. Portanto, isso não é prudente. Assim, o STIG Santos está de parabéns no alerta aos trabalhadores que estão seguindo o caminho errado, porque depois não adianta chorar no o 'leite derramado', dizendo que ninguém avisou antes. Sindicalizem-se!

written by FTIGESP