Out 29

O sindicato já fechou acordos em empresas após os gráficos decidiram dar um basta na imposição patronal onde divide outra vez a classe entre os profissionais que merecem receber o reajuste salarial e os que não

Nas últimas semanas, depois que parte dos gráficos da Baixada Santista foram até o Sindicato da categoria (STIG) e decidiram rejeitar a imposição patronal onde discrimina profissionais com salários acima do piso salarial, pois exigem que estes fiquem sem reajuste salarial pelo 2º ano seguindo, o sindicato já conseguiu evitar esta injustiça em três gráficas da região. A estratégia usada, conforme foi aprovado durante a assembleia da classe, é de fazer pressão sobre cada uma das empresas e exigir delas o acordo coletivo de trabalho (ACT) de modo a garantir a manutenção dos direitos convencionados e o reajuste salarial com ganho real para todos gráficos.

Os acordos têm sido bastantes positivos. Todos têm garantido reajustes superiores à inflação anual. A data-base da categoria é em 1º de setembro e as perdas inflacionárias dos referidos últimos doze meses não chegam a 4%, mas os ACT feitos têm garantido aumento de salário de 5% a 6% a todos gráficos, sem discriminações sobre quem recebe mais ou menos. Já tem acordo que garante recomposição salarial até para o próximo ano.

Os ACT já foram consolidados nas gráficas Afonso Adesivos (em Santos), Viaduto (Santos) e na Art Gráfica (São Vicente). Nas duas primeiras, os acordos garantem o reajuste salarial de 5% e mantem todos os direitos convencionados, inclusive a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de R$ 543, valor inclusive que o patronal também não quer mais pagar. Já na Art Gráfica, o aumento definido pelo ACT foi até maior. O reajuste foi de 6% para todos os trabalhadores que recebem acima do piso salarial e 5% para os demais profissionais. A gráfica também garantiu o aumento de todos os gráficos em 2019. O aumento será do tamanho da inflação.

Além disso, a classe continua na luta para renovar a Convenção Coletiva de Trabalho, que engloba todas as gráficas da região. Uma nova pauta de reivindicação foi feita pelos trabalhadores e encaminhada ao patronal, mas, novamente, de forma insistente e absurda reenviaram a proposta de não garantir o reajuste para os profissionais que recebem acima do piso. O STIG Santos inclusive já sabe quais foram as doze empresas que estão mantendo esta postura discriminatória com os gráficos mais qualificados. O sindicato garante que a pressão será ainda maior sobre estas gráficas, algumas delas com grandes irregularidades que talvez nem continuarão a funcionar frente a uma fiscalização e autuação dos órgãos competentes.

A Federação Paulista da classe (Ftigesp), órgão no qual o STIG Santos é filiado, manifesta toda a solidariedade aos trabalhadores e ao sindicato nesta luta por igualdade nas condições de trabalho. Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp, que por longos anos acompanhou o processo de negociação salarial junto do STIG, representando áreas inorganizadas, conclama ao setor gráfico patronal da Baixada Santista para reconhecer as caraterísticas distintas entre esta região com a do ABC, bem como fazer as devidas adaptações diante das particularidades regionais.

"Vejo como prejudicial e discriminatório a posição das empresas de conceder aumento aos trabalhadores até o piso salarial e excluir os profissionais gráficos, que são sustentáculo da empresa, sem nenhum reajuste. Não prestigiar os gráficos é um caminho de desarmonia dentro da empresa. É necessário que se faça essa reflexão sobre essas negociações que inevitavelmente terão que ser realizadas a nível local", avalia Del Roy.

written by FTIGESP