Nov 14

Após a 1ª assembleia de credores da Recuperação Judicial (RJ), editora apresenta plano onde inclui pagamento das dívidas trabalhistas com 1,5 mil demitidos ao invés de pagá-las logo, como reivindicam os sindicatos

No último mês, entre protestos dos demitidos na frente de um hotel onde houve a 1ª assembleia de credores da RJ da Abril que definiu as questões do processo, ocorrida dias antes da divulgação do plano da editora cujo vinculou o pagamento de R$ 110 milhões em dívidas trabalhistas à sua recuperação empresarial ao invés de pagar imediatamente, a Federação Paulista da classe (Ftigesp) já alertava para a necessidade dos demitidos continuarem fazendo pressão para recebem efetivamente. Em paralelo aos planos da RJ, Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp, reafirma que é preciso a ação sindical e mobilização dos demitidos além da luta judicial.

Se necessário, ele já defendia no protesto, uma paralisação na empresa, uma vez que a Abril continua produzindo, como se não tivesse obrigação com os 800 trabalhadores demitidos em agosto, e mais 700 meses antes. "É preciso continuarmos e até ampliarmos a pressão sobre a editora, e, quando tivermos condições, mobilizarmos os trabalhadores a cruzarem os braços. Será preciso criarmos vários mecanismos de pressão até que a empresa pague tudo que deve aos gráficos, jornalistas, administrativos e distribuidores", dizia Del Roy no ato em frente ao referido hotel Pestana.

No geral, o movimento dos trabalhadores demitidos exige o pagamento das verbas rescisórias e mais a multa de 40% do FGTS, valores inclusos no plano de RJ da empresa, e não pagos imediatamente como exigidos. Uma carta dos demitidos foi inclusive entregue aos credores da Abril na assembleia no hotel Pestana, reforçando a reivindicação do pagamento. A carta aberta lembra aos irmãos Cívita, donos da editora, que a dívida trabalhista é verba alimentar, devendo, portanto, ser paga imediatamente.

"O total dos valores devidos pela Editora Abril nessa recuperação judicial soma 1,6 bilhão de reais. A dívida trabalhista, incluindo os valores devidos aos freelancers, fica abaixo dos 100 milhões de reais, ou seja, pouco mais de 6% do total. Nesta difícil situação que vivemos com a recuperação judicial da Abril, o grave aspecto social pode e deve ser mitigado o quanto antes pelo pagamento integral da dívida trabalhista, incluindo-se nisso demitidos e freelancers. Os Civita podem e devem pagá-la o mais rápido, sub-rogando a dívida dos trabalhadores. A superação da crise que atinge a empresa exige essa medida, e o quanto antes, melhor", pontuam os sindicatos dos Gráficos, Jornalistas, Administrativos e Distribuidores.

written by FTIGESP