Abr 29
Com a iminência do fechamento da unidade, o STIG garantiu o benefício até para quem for demitido antes do prazo de validade do novo acordo

Ao invés dos 140 gráficos da unidade da multinacional Idemia em Taubaté perderem o bônus financeiro anual (PR), o Sindicato da categoria (STIG) atuou junto à direção da empresa e evitou a descontinuidade do benefício, mesmo tendo só 23 trabalhadores na empresa associados à entidade. Apesar disso, a direção sindical não hesitou e atuou em favor de todos os trabalhadores. Atuou mesmo diante do risco eminente do fechamento da empresa sem data prévia. Os antigos acordos da PR da empresa ainda quando era Morpho por vários anos, a exemplo do que venceu no último dia 31, também existiram somente devido à ação do sindicato.

E a entidade acaba de prorrogar a validade do acordo até o fim deste ano. Em assembleia, os trabalhadores aprovaram os termos negociados. Pela definição, cada trabalhador receberá R$ 2.720 enquanto Participação nos Resultados (PR). A primeira parcela será paga no fim do próximo mês de junho. O valor será de R$ 1,5 mil. O restante deve ser pago em dezembro.

Sandro Ramos, presidente do STIG, conta que o novo acordo ainda traz regras para a garantia da PR do empregado que seja demitido antes dos prazos definidos para o pagamento das parcelas. Esse critério é bastante relevante sobretudo com a imprevisibilidade de quando a unidade poderá ser fechada, já que o anúncio inicial da empresa era de que ocorreria em novembro de 2018, que não houve, mesmo com centenas de demissões, reduzindo o quadro profissional de 426 gráficos para os 140 atuais.

Desse modo, quem for demitido antes do final de junho ou de dezembro, vai receber a PR junto das verbas rescisórias o valor correspondente a quantidade dos meses trabalhados. Basta dividir R$ 2.720 (valor integral da PR) e dividir por 12 (quantidade de meses no ano). "Por cada mês de trabalho, o gráfico terá direito a receber mais R$ 227. Procuro o sindicato se o valor não estiver sendo incluído nas verbas rescisórias", diz Sandro.

Apesar de toda essa luta, o STIG revela que, até o momento, apenas dois gráficos se sindicalizaram à entidade. Ao todo, 117 gráficos da empresa continuam sem se associarem. O Sindicato lembra que a participação e a unidade dos empregados são indispensáveis para a manutenção da luta sindical em defesa dos empregos, salários, direitos e condições laborais. Lembra que a PR, por exemplo, é apenas um dos vários direitos acima da CLT, a exemplo da cesta básica mensal, garantidos pela negociação direta dos sindicalistas junto à empresa e ao setor patronal como um todo. Sindicalize-se e fortaleça o STIG para continuar firme e forte nesta luta!

A Federação estadual dos gráficos (Ftigesp), órgão que o STIG é filiado, parabeniza a atuação sindical em defesa dos trabalhadores após esta gráfica mudar de dono e anunciar o fechamento a qualquer momento. E destaca ainda o compromisso do sindicato mesmo com muitos gráficos virado às costas para entidade. "O STIG acerta em manter a luta mesmo assim. Não abriu mão da sua representação sindical. Buscou a garantia e a ampliação dos direitos no local. Torcemos para que um dia o gráfico reconheça a nossa luta", diz Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp.

written by FTIGESP