Mai 13
Líder do Sindicato UNI Global), entidade presente em 160 países, evoca diretrizes da OCDE na qual a multinacional dos EUA é signatária e que deve segui-las. A carta da entidade cobrou o presidente da Donnelley

A pedido da Confederação Nacional dos Gráficos do Brasil (Conatig) e da Federação Paulista da classe (Ftigesp), o presidente mundial da gráfica norte-americana RR Donnelley, Daniel Knotts, foi chamado atenção pela UNI Global diante da falta do cumprimento de dispositivos da Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) voltados para empresas multinacionais. Uma carta-cobrança foi enviada para Knotts por Christy Hoffman, que é secretária-geral da UNI Sindicato Global, entidade representante de 20 milhões de profissionais em 160 países. A UNI lembrou que a empresa é signatária da OCDE e assim deve reduzir prejuízos criados contra os empregados, sobretudo quando ocorre o fechamento de unidades em países onde se instalou.

O advogado trabalhista Raphael Maia que atua caso e é do Sindicato de Barueri/Osasco-SP, região onde a Donnelley fechou abruptamente duas das três plantas no Brasil, apresenta AQUI todas as diretrizes da OCDE. E baseado nas diretrizes da OCDE para as multinacionais, o documento da UNI Global cobra do presidente da Donnelley (Knotts) o pagamento imediato das verbas rescisórias, FGTS e mais direitos dos 800 gráficos das unidades da multinacional em Barueri e em Osasco, no estado de São Paulo, bem como dos 160 gráficos da sua planta em Blumenau/SC.

Esses quase mil gráficos foram surpreendidos com o fim das atividades de suas unidades quando foram trabalhar no início deste mês. Até os seus objetos pessoais ficaram presos no local. Desde então, as verbas rescisórias ainda não foram pagas. E não há nenhuma confirmação de que serão. Só liberaram para pegar os objetos pessoais. Estão fazendo lentamente somente rescisões, dando baixa nas carteiras profissionais, entregando o Perfil Profissiográfico Previdenciário e liberando as guias para o saque do FGTS já depositado e para o seguro-desemprego.

Christy Hoffman fez duras críticas ao presidente global da Donnelley por conta dessa situação. Lembrou a Knotts, que também é diretor executivo da empresa, sobre o necessário dever de seguir as diretrizes da OCDE no tocante às multinacionais. Dentre tais princípios, destacou a mitigação dos males aos trabalhadores no local onde a empresa venha a fechar, o que se aplica aos gráficos das unidades de Barueri, Osasco e Blumenau. Não respeitar isso, afronta inclusive os direitos humanos. Outas diretrizes da OCDE para estes casos diz respeito às leis e governos do país local onde anunciou a autofalência. E ainda deve negociar com os sindicatos.

Portanto, com base no que deve seguir a Donnelley no que prima tais diretrizes da OCDE, a UNI Global diz que o próprio presidente global da multinacional deve abrir um diálogo com Leonardo Del Roy, presidente da Conatig e da Ftigesp. O diálogo deve ser para garantir as diretrizes, portanto, fazer o pagamento desses gráficos paulistas e catarinenses. O sindicalista acrescenta também que a empresa decidiu sozinha fechar, mesmo tendo grande serviços como a impressão das provas do Enem. "Não negociou com ninguém. Simplesmente fechou e deixou o prejuízo para os trabalhadores – considerando as diretrizes da OCDE, bem como toda a legislação trabalhista do Brasil", completa o sindicalista gráfico.

written by FTIGESP