Jul 29
80 mil profissionais no estado dependem da negociação no próximo dia 13. Governo libera impressão de livros didáticos e deve aquecer setor gráfico

Em atendimento à reivindicação de 80 mil gráficos na grande maioria das regiões de SP, apresentada ao sindicato patronal pela Federação Paulista da classe (Ftigesp) há poucos dias, os donos das empresas marcaram o início das negociações para dia 13 com os sindicatos envolvidos (STIGs). A Ftigesp sistematizou as pautas da classe de cada região, representada pelos STIGs, e apresentou uma única reivindicação de reajuste acima da inflação e do descongelamento da Participação nos Lucros e Resultados. O pedido da categoria leva em conta vários indicativos favoráveis para as gráficas, inclusive o bom momento em que deverá viver neste 2º semestre com o anúncio pelo governo da volta da publicação de milhões de livros.

A autorização do governo federal para a publicação de livros didáticos nas gráficas vai aquecer bastante o mercado editorial do estado neste período do ano. "Apenas em uma empresa, a exemplo da Log&Print, em Vinhedo, só de exemplares para professores, a previsão é de imprimirem de um a 10 milhões de livros. Imaginem quando iniciarem a produção para todos os estudantes. A Log&Print é apenas uma das centenas de gráficas que atuam neste segmento", realça Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp.

A retomada da produção dos livros didáticos é um importante componente para o incremento do caixa das gráficas. Isso ajudará na recuperação da capacidade ociosa das empresas, ampliando a produtividade e os lucros, bem como mais trabalho para o setor. O segmento gráfico de embalagens também já se prepara para o crescimento da produção neste 2º semestre em sintonia a maior demanda da indústria de alimentos e etc no período.

Estes são alguns dos cenários positivos para o patronal, sem mencionar a baixa inflação acumulada desde o último reajuste de seus empregados. Portanto, é bastante favorável garantir uma renda melhor para os gráficos nesta campanha salarial. Até agora, por exemplo, a inflação acumulada é de somente 2,34%. No último mês, foi de apenas 0,01% e, em novembro último, teve uma deflação de -0,25%. Há grandes margens para o patronal atender o pleito dos trabalhadores. A categoria reivindica só 3% acima da inflação de 1º de novembro/2018 a 1º de setembro/19 (nova data-base). E o mesmo reajuste sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A retomada dos livros, a baixa inflação, bem como enxugamento da folha de pagamento das empresas, com redução de quadro profissional e com rebaixamento salarial diante da altíssima rotatividade dos empregos, são outros indicadores que facilitam, desde que queiram, garantia do reajuste. A Ftigesp já convocou inclusive todos os presidentes dos STIGs para se reunirem antes da 1ª mesa de negociação com o patronal próximo dia 13.

written by FTIGESP