Jul 31

Multinacional fechou no Brasil após pagar banco e elevar R$ 11 milhões do seu capital social. Apesar disso, fechou e ainda não pagou os gráficos. Um novo protesto pode ocorrer se os gráficos não forem habilitados como credores. Ação foi ventilada em reunião no STIG pelo grupo de demitidos

Neste quarta-feira (31) completa 4 meses do fechamento das unidades da multinacional RR Donnelley no país e demissão de 960 trabalhadores. Hoje também encerra o prazo dado pelo juiz do processo da autofalência da empresa ao administrar judicial (AJ) do caso para habilitar os gráficos enquanto credores da massa falida para poderem receber seus direitos. O Sindicato da categoria em Barueri e Osasco, cidades onde havia duas plantas da RRD, deixando 800 gráficos demitidos sem verbas rescisórias, criou um grupo de trabalho com os profissionais e promete realizar uma manifestação em Pinheiros na frente do escritório do AJ se nada mudar.

Termina hoje o prazo de 15 dias úteis dado ao AJ pelo juiz Fernando Leal. "O prazo foi dado em resposta a nossa petição judicial diante da demora na habilitação dos gráficos como credores da RRD. Sem isso, dificulta os novos procedimentos para qualquer tentativa de inicio de pagamento das verbas rescisórias pendentes. Se não responder, organizaremos mais um protesto desde quando a gráfica fechou misteriosamente. Já protestamos na Embaixada dos EUA, na Polícia Federal, em vias públicas. Se preciso, manifestaremos agora na empresa do AJ para que responda a notificação judicial", garante Joaquim Oliveira, presidente do STIG Barueri/Osasco.

O STIG já criou um grupo de trabalho permanente dos gráficos demitidos da RRD para organizar esta luta para conseguirem garantir o recebimento de suas verbas rescisórias. Houve duas reuniões. A última foi no dia 19. Nela, o sindicato pode explicar aos trabalhadores o desenrolar de todo processo que está sendo realizado e os próximos passos. E o protesto na da empresa do AJ, em Pinheiros, é uma das possibilidades já levantadas.

O Sindicato também atua no campo jurídico. O promotor do caso já foi até interpelado pela entidade e pela Federação Paulista da classe (Ftigesp) para investigar dirigentes da RRD no Brasil diante de suspeitas de fraude no processo de autofalência. "A Donnelley, em dezembro/18, pagou uma grande dívida que tinha com o banco. Em fevereiro/19, aumentou seu capital social em R$ 11milhões. Mas quando foi em abril/19, decretou autofalência sem nem usar os meios de recuperação judicial. A empresa não devia nada, estava em dia com os funcionários e fechar as portas da noite pro dia. Essa história está muito mal explicada e queremos respostas", afirmou na reunião para os empregados o presidente do STIG.

O dirigente ainda revelou que já descobriu que a matriz da RR Donnelley nos EUA está fazendo sua investigação interna sobre o caso na empresa no Brasil. Além disso, conta ainda que existe um processo que corre em segredo de justiça, movido pela empresa Plural contra a RRD e a Valid. O STIG, que conta com o apoio da Ftigesp nesta luta em defesa de todos os gráficos demitidos da RRD, continuará na luta até que tudo seja pago. "A Ftigesp e o STIG exigem que o AJ revolva todas as habilitações coletivas dos gráficos como credores; apoiaremos todos protestos se o AJ não resolver a situação. Afinal, já são quatro meses de espera e zero resposta", conta Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp.

written by FTIGESP