Ago 02

Processo, que obrigou empresa a vender bens, garante R$ 300 mil. Valor não foi suficiente para pagar tudo. Jornal deve R$ 307 mil aos gráficos na ação, que vai continuar para incluir sócios da empresa atrás de mais bens

Na última semana, após anos do fechamento do Jornal de Limeira, na cidade do interior paulista, os gráficos demitidos pela empresa receberam valores correspondentes às verbas rescisórias pendentes. A medida resulta do protagonismo do Sindicato da classe na região (STIG Piracicaba). A entidade havia acionado a Justiça do Trabalho. E o juiz do caso despachou, há poucos dias, a liberação de R$ 300 mil depositado pelo jornal, que precisou inclusive vender um terreno para pagar a dívida.

"O valor ainda não foi suficiente para pagar todo passivo. O processo deve continuar tramitando. Os sódios do jornal devem ser incluídos nesta ação para que os seus bens sejam rastreados a fim de também serem vendidos judicialmente para quitar o restante da dívida com os profissionais", prevê Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista da classe (Ftigesp). A entidade estadual ajudou na ação. Contratou perito para analisar o cálculo dos valores dos direitos dos gráficos.

O processo corre na 1º Vara do Trabalho de Limeira, cidade que engloba a área de atuação do STIG Piracicaba, presidido pelo gráfico José Bianor. O sindicalista estava presente inclusive na Justiça, junto aos gráficos do jornal, quando o juiz Luís Rodrigo Fernandes Braga havia anunciado esta liberação de R$ 300 mil para o pagamento posto neste processo que inclui 10 gráficos e mais seis jornalistas. O advogado do STIG, Thiago Barolli, que foi o responsável pelo repasse do dinheiro aos trabalhadores, esteve no local, dando a assistência e orientando a cada um dos interessados.

Thiago explicou inclusivo como seria feita a forma de pagamento. Frisou que os R$ 300 mil liberados representam a maior parte da dívida com os profissionais envolvidos no processo, uma vez que o valor total é de R$ 453 mil, sendo R$ 307 para os gráficos e R$ 146 mil dos jornalistas. Todos envolvidos receberão proporcionalmente ao valor equivalente que cada um tem a receber das verbas rescisórias. Os cálculos foram feitos pelo advogado e contabilista, Fábio Lins Velho, que também atua neste caso. O STIG continua a luta agora para garantir o restante da dívida do jornal. Estiva-se que ainda falta valor considerável, cerca de 30% a 40% do total.

Outra luta que o STIG começou é a campanha salarial da categoria. Faz poucos dias que se reuniu com os gráficos da Meca Rótulos, em Nova Odessa. Os gráficos da região e de todo o estado defendem a volta do reajuste acima da inflação e o descongelamento do valor da PLR, como eram comuns nos períodos dos governos Lula e Dilma. O cenário mudou muito, para pior, desde que Temer assumiu o governo do Brasil. E até o fim da aposentadoria está sendo defendida agora no governo Bolsonaro. A categoria, por sua vez, defende um reajuste salarial de 3% acima da inflação. E o mesmo índice de aumento do direito convencionado da PLR.

written by FTIGESP