Item de NotíciaClipping nº 645 - Edição Especial
(Categoria: Clipping)
Postado por administrador
31 Agosto 2010 - 12:58:32


Símbolo da imprensa, JB chega às bancas pela última vez nesta terça
Dívidas e baixa vendagem levaram diário de 119 anos a optar pela internet como única plataforma. Jornal do Brasil se apresenta como ‘o primeiro jornal 100% digital do Brasil’
Nesta terça-feira, 31 de agosto, um dos maiores símbolos históricos da imprensa nacional, o Jornal do Brasil, terá a última edição em seu formato tradicional, o papel. A partir de 1º de setembro, o JB vai poder ser lido exclusivamente em sua versão digital, pela internet. Leia também:
Com fim do JB, Rio fica com apenas dois grandes jornais
Veja capas históricas do Jornal do Brasil


A última edição não deve ser especial, porque o jornal não quer dar a idéia de término, apenas de mudança e renovação. O jb.com.br, que se apresenta como “O primeiro jornal brasileiro na internet”, será a continuação virtual do produto jornalístico do grupo.
O motivo da mudança é a crise financeira enfrentada pelo diário desde os anos 90, que levou a dívidas, considerável queda de vendas, perda de credibilidade e demissões em série de jornalistas. Hoje, a redação tem apenas 60 integrantes. O iG antecipou em 30 de junho a informação sobre a suspensão da versão impressa.
Sem o mesmo prestígio e influência, o JB foi descredenciado do IVC (Instituto Verificador de Circulação), órgão responsável por auditar o número de exemplares vendidos das publicações brasileiras, e hoje se estima que a circulação seja de 17 mil exemplares durante a semana, em um momento que os jornais brasileiros crescem 2% em vendas.

Jornal do Brazil, com "z" Fundado em 9 de abril de 1891 como “Jornal do Brazil”, o diário só deixou de testemunhar os primeiros 15 meses da Era Republicana e cobriu os mandatos de todos os presidentes do País. Teve seu auge entre os anos 50 e 80, quando ditou tendências e reunia alguns dos melhores profissionais da imprensa brasileira.

A partir dos anos 90, a crise o atingiu fortemente. A situação financeira do grupo é crítica. O passivo está próximo de R$ 1 bilhão, e parte das receitas está frequentemente bloqueada para o pagamento de dívidas trabalhistas e fiscais.
Ao colunista do iG Guilherme Barros, o controlador do Jornal do Brasil, Nelson Tanure, afirmou que nunca conseguiu fechar o diário no azul, desde que o assumiu, em 2001, assim como a Gazeta Mercantil, que também fechou. Para Tanure, este é seu último lance na mídia, porque “é muito difícil um jornal sério dar lucro, principalmente no Brasil”.
Desperdício
O Jornal do Brasil justifica que a migração do papel para o meio eletrônico é a tendência no mundo e procura se apresentar como pioneiro e inovador nessa transição. “Qualidade. Praticidade. Alinhamento com o futuro. Respeito à ecologia, inovação” é o novo slogan.
Oficialmente, alega também motivos ecológicos para o fim do papel. “Para cada 100 mil jornais que são impressos, 60 mil são vendidos e 40 mil são jogados fora. É um desperdício fantástico”, afirmou Tanure, a Guilherme Barros, do iG.

De acordo com nota do JB na mesma linha, em anúncio, “os custos econômicos e ambientais do papel são insustentáveis”. “Mais que isso, são desnecessários: uma única edição de domingo do JB corresponde a cerca de 200 árvores, que levam anos para crescer e ocupam 40 mil metros quadrados de florestas. Isso equivale a quatro campos e meio de futebol. Em um ano, com a versão digital, são preservadas áreas florestais correspondentes a mais de 1.200 Maracanãs.”
No mesmo anúncio publicado em página dupla na semana passada, o Jornal do Brasil anunciou que será, “a partir de 1º de setembro, o primeiro jornal 100% digital do Brasil”. “A nova fase do JB usará atraentes plataformas multimídias em computadores e aparelhos móveis de qualquer tipo: laptops, desktops, iPhones, Blackberries ou os modernos leitores digitais iPad, Kindle, Nook, Mix, etc.”, diz o texto. Portal IG

Com fim do JB impresso, Rio fica com apenas dois grandes jornais

Rio de Janeiro já chegou a ter 18 jornais em circulação, seguindo tendência de redução do número de diários como nos EUA

Com o fim da edição impressa do Jornal do Brasil, o Rio de Janeiro segue a tendência de grandes cidades americanas de reduzirem o número de diários. Desde 2008, 166 jornais fecharam as portas nos Estados Unidos, de acordo com números do Paper Cut, um blog americano que acompanha o mercado editorial do país. A situação nos Estados Unidos é grave. O que se discute é se grandes cidades americanas continuarão tendo um jornal impresso de grande circulação. Em São Francisco, o San Francisco Chronicle, fundado em 1865, quase parou de circular em 2009 por causa de um grande endividamento, o que deixaria uma das cidades mais importantes do país sem um grande jornal. Leia também: Veja capas históricas do Jornal do Brasil, fundado em 1891

O JB já foi um ícone para o Rio de Janeiro. No fim dos anos 1980, vendia mais de 180 mil por dia de semana e 250 mil aos domingos.

O iG antecipou em 30 de junho a informação sobre a suspensão da versão impressa. Em seu período áureo, conviveu com outros grandes competidores. Nos anos 1950, antes da cidade perder o status de capital federal, circulavam 18 jornais - 13 matutinos e cinco vespertinos, que juntos somavam uma tiragem diária de 1,2 milhão de exemplares. Isso significava 2,5 exemplares para cada habitante - o Rio tinha cerca de 3 milhões de habitantes. Os únicos sobreviventes dessa lista são O Globo e O Dia, este último que teve seu controle transferido para o grupo português Ongoing em abril deste ano. Há outros títulos na cidade, embora populares e/ou gratuitos. Hoje, todos esses jornais vendem cerca de 500 mil exemplares por dia - pouco mais de um exemplar para cada 12 habitantes. As vendas de jornais no Brasil crescem abaixo da evolução do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro semestre de 2010, a circulação diária de jornais cresceu 2%, segundo o Instituto Verificador de Circulação (IVC). Entre janeiro e junho deste ano foram vendidos 4,25 milhões de exemplares por dia, graças a ascensão dos jornais populares e gratuitos. Em 2009, a circulação de jornais teve queda de 3,5%. Entre os 20 maiores, a queda foi de 6,9%. Portal IG


Gráfica Plural está fora da licitação do Enem de novo

Inep conseguiu cassar a liminar que recolocava a gráfica na concorrência para imprimir as provas. Datas do exame estão mantidas

A Gráfica Plural está fora da licitação organizada pelo Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para imprimir as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) mais uma vez. A Advocacia-Geral da União (AGU), que representa o Inep, conseguiu cassar a liminar que determinava a continuidade do processo de licitação considerando a gráfica apta para os serviços. A decisão foi tomada nesta segunda-feira pelo desembargador federal Fagundes de Deus. O pregão eletrônico realizado pelo Inep para contratar a empresa que irá imprimir os testes começou no dia 19 de julho. As gráficas interessadas foram classificadas pelo menor preço apresentado. A partir daí, elas teriam os atestados de capacidade técnica analisados. O edital exigia, além de requisitos de segurança, experiência comprovada da gráfica em eventos do mesmo porte. A Plural fez a proposta com o menor preço, R$ 65 milhões. Mas, segundo o Inep, não apresentou atestados que comprovassem experiências anteriores em eventos deste tipo e que cumprissem os requisitos apresentados no edital.

Desclassificada, a gráfica entrou na Justiça pedindo a suspensão da licitação.
No dia 3, a juíza federal substituta da 2ª Vara do Distrito Federal, Candice Lavocat Galvão Jobim, concedeu a liminar e pediu explicações ao Inep para analisar a legalidade da desclassificação da Plural. A gráfica paulista alegou que o edital previa, após os lances dos interessados, uma vistoria do Inep para conferir as instalações oferecidas pela empresa vencedora, mas que o Inep não teria cumprido essa exigência. Para o Inep, só deveriam ser visitadas as gráficas já consideradas aptas a partir dos certificados.

No dia 19 de agosto, a juíza Candice Lavocat deu razão à gráfica Plural e considerou ilegal a desclassificação da empresa.
Ela determinou ainda que fosse dada continuidade à licitação e que a vistoria nas instalações da gráfica fossem feitas pelo Inep.

A gráfica Plural é a mesma onde as provas do Enem de 2009 estavam sendo impressas quando houve vazamento dos testes. Cadernos de prova foram roubados às vésperas da aplicação do exame, o que levou ao adiamento da prova. Para a juíza, mesmo diante disso, o Inep não poderia “violar regras claras do edital".
O Inep cumpriu a decisão e iniciou a vistoria na gráfica na semana passada.

Porém, decidiu recorrer da decisão inicial. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, dessa vez, entendeu que os documentos entregues pela gráfica não estão de acordo com as regras do edital e, por isso, “impõe-se a inabilitação da concorrente, sob pena de desobediência ao princípio constitucional da isonomia”.
Agora, o fluxo da licitação segue normalmente. A segunda gráfica a apresentar menor preço já havia sido desqualificada e não recorreu da decisão. Antes do recurso judicial impetrado pela Plural, os atestados da RR Donnelley Moore, terceira gráfica da lista do pregão, haviam sido analisados e habilitados. De acordo com o edital, após a habilitação, a empresa deve ser visitada e os requisitos de segurança exigidos, conferidos. As datas de aplicação das provas continuam mantidas em 6 e 7 de novembro, de acordo com o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto. De acordo com o texto assinado pelo desembargador Fagundes de Deus, a gráfica Plural "não apresentou atestados de capacidade técnica capazes de atestar o desempenho de atividade pertinente e compatível com o objeto licitado, pelo que, em princípio, considero legítimo o ato administrativo que a inabilitou do certame em questão". Para Fagundes, os atestados não comprovam as necessidades de segurança e sigilo exigidas em edital. O desembrgador ainda entendeu que a visita in loco só deveria ser feito caso a gráfica conseguisse comprovar capacidade técnica. "Tal diligência serve apenas de complemento à fase de habilitação, não sendo, pois, um meio de suprir a comprovação da experiência anterior da candidata, uma vez que esta é demonstrada pela apresentação de atestados". O iG entrou em contato com a Gráfica Plural, mas representantes avisaram que "hoje a gráfica não vai se manifestar sobre a decisão". Portal IG

Jorge Caetano Fermino


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