Item de NotíciaFTIGESP NEWS // Gráficos da IBF, Probus e outras continuam no aguardo da Justiça
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
23 Março 2018 - 10:06:01


Embora haja várias ações do STIG ABC sobre cada caso, a palavra final é da Justiça. Ela quem decide. Enquanto isso, os trabalhadores sofrem

Apesar do pouco patrimônio deixado pela gráfica Prol diante do passivo existente, verificado após ela ser lacrada judicialmente há seis meses, que ficou ainda menor com os saques às suas máquinas neste período de tutela judicial, a garantia do pagamento dos direitos trabalhistas não tem ocorrido nem mesmo em outras gráficas fechadas e com grandes bens já rastreados judicialmente. Ao menos, este tem sido o cenário dos últimos anos na região do Grande ABC, segundo conta o Sindicato dos Trabalhadores da categoria (STIG) no local. O presidente da entidade, Isaías Karrara, revela ter uma boa quantia de empresas nesta situação. Dentre elas, ele lista a IBF e a Probus, ambas com unidades na região.

O caso da Probus chama bastante atenção. Segundo Karrara, nada foi liberado pelo juiz do caso para o pagamento dos gráficos da empresa, apesar de já ter arrecadado todo dinheiro através do próprio patrimônio da Probus. "Para nossa surpresa, recebemos agora uma informação de que foi liberado parte desse recurso só para pagar IPTU do prédio onde fica a empresa", diz o sindicalista, deixando o STIG sem poder concluir o processo em defesa dos trabalhadores, os quais continuam cobrando corretamente o cumprimento dos seus justos direitos, ainda sonegados.

A indefinição judicial no caso da IBF é outro exemplo dessa realidade. Até o momento, como informa Karrara, o juiz responsável sequer botou as máquinas da empresa para ir à leilão. Com tanto tempo de espera, só restam sucatas no lugar de máquinas, rebaixando e muito seus valores. Sem dúvida, tal fato prejudicará o pagamento dos direitos dos gráficos.

Outro caso é o da Prol, em Diadema, lacrada judicialmente no final de setembro de 2017. "A juíza decretou falência, porém o administrador judicial não aceitou botar segurança na gráfica para evitar roubos, como sugerido por nós do STIG diante da vulnerabilidade de segurança da área; e, em poucos meses, só restou sucatas ao invés das máquinas", diz Karrara. Segundo um funcionário da Prol, Francisco Campelo, que é secretário-geral do sindicato, só restou ferro-velho, pois os componentes eletrônicos foram roubados, como placas, alguns delas com valor de até 60 mil, cada. Capelo e outros gráficos chegaram até a arriscar à vida, no início desse fechamento judicial, fazendo segurança na frente da gráfica.

Apesar disso, no último dia 28, o STIG foi convocado pela juíza do caso para dar explicações sobre a situação. Karrara se prontificou a participar e aproveitou para frisar as ações sindicais realizadas para evitar tal fim, inclusive ações denunciando a falência da Prol que julga ser fraudulenta.

"Lamentamos o cenário que foi transformado tais empresas e avaliamos que é necessário refazer todos processos de falências para que estas situações não se concretizem, pois o que se tem acompanhado é de um total prejuízo que são colocados para os trabalhadores, uma vez que não estão tendo quaisquer condição de reaverem seus direitos", pontua Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista dos Trabalhadores Gráficos (Ftigesp), entidade na qual o STIG-ABC é filiada. O dirigente aproveita para criticar entraves postos na lei que limitam a identificação dos patrimônios pessoais dos donos das empresas, os quais na maioria desvia os seus bens para os terceiros (laranjas), vivendo em confronto absoluto: "esta é a realidade que estamos convivendo nos dias de hoje".




Esta notícia é de
( http://ftigesp.org.br/news.php?extend.2625 )