Item de NotíciaFTIGESP NEWS // Gráficos de São Paulo cruzam braços enquanto salário não é pago
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
11 Maio 2018 - 10:17:43


Adesão é de 100%, inclusive do pessoal do Administrativo e Segurança

Na última semana, ao invés de produção, as máquinas ficaram paradas na gráfica Santa Rosa Embalagens, em Vila Jaguará na cidade de São Paulo. Os trabalhadores decidiram cruzar os braços diante do contínuo desrespeito aos direitos da classe. O mês começou com três meses de salário pendentes, sendo o estopim da deflagração da greve espontânea dos funcionário e que contou na sequência com todo apoio do Sindicato da classe no local (STIG-SP). A entidade, que buscou dar legalidade ao movimento paredista, promoveu assembleias todas as manhãs e formou uma comissão de empregados para negociarem juntos com a empresa.

"Além do absurdo atraso salarial, a gráfica Santa Rosa vem deixando de pagar vários direitos dos seus 168 empregados", diz Alexandre Gaúcho, diretor do STIG-SP. Ele informa que já são oito meses sem distribuir a cesta básica definida pela Convenção Coletiva de Trabalho da classe . E já faz dois anos que não paga a Participação dos Lucros e Resultados (PLR) dos trabalhadores. Sem falar em pendências no Vale Transporte, o que inviabiliza a ida dos gráficos à empresa, ao não ser que paguem do bolso para chegarem, pedindo emprestado já que estão sem salário.

Paciência tem limite. Eis o motivo da greve. Apesar disso, o proprietário da empresa não apresentou saída ao STIG e à comissão de gráficos para acabar com a greve. Pelo contrário, até viaturas da PM estiveram no local. Com isso, a greve se manteve e o Sindicato recorreu à Justiça, como decidiu os empregados durante as assembleias que foram feitas em todas as manhãs. Gaucho junto com Antônio Sudário e José Penna, ambos dirigentes sindicais, tem acompanhado todo o processo em todos os dias do movimento grevista. Ele critica a empresa, pois garante que a Santa Rosa foi uma das que já acumulou grande lucro em São Paulo.

Gaucho lembra ainda que a gráfica sempre manteve uma cultura arredia contra a organização dos trabalhadores junto ao sindicato. A empresa já chegou a ter 520 empregados. "Infelizmente, a maioria seguia esta linha patronal de rejeição ao sindicato, opondo-se à contribuição financeira e sem associarem. Apesar disso, o STIG continua junto deles enquanto o patrão virá às costas", destaca Augusto Neto, presidente do Sindicato.

Infelizmente, o caos agora já se instaurou. E a revolta dos trabalhadores só cresce contra o patrão. E, acertadamente, decidiram se sindicalizar. "Dos 168 gráficos, 100 gráficos já estão filiados e isso deve aumentar", diz Gaucho. Os trabalhadores inclusive criticam bastante a opção do dono da empresa em não apresentar uma solução para o problema que ele mesmo criou. "É um absurdo dizer que só pode pagar se voltarmos a trabalhar, depois de nós trabalharmos sem receber há meses", diziam.

Para Leandro Rodrigues, secretário-geral da Federação Paulista da categoria (Ftigesp), entidade na qual o STIG-SP é filiada, o cenário atual mostra para os gráficos da Santa Rosa e a todos do estado quem são os verdadeiros defensores deles, sobretudo na dificuldade. "O patronal diz que os STIGs não servem para nada. A maioria dos trabalhadores acreditam. E quem que sai ganhando e quem sai perdendo com isso?", questionou. O perdedor será sempre o trabalhador se manter seu STIG fraco. Portanto, os gráficos acertam agora em se sindicalizar em massa, mas é precisa fazer isso todo tempo para manter e avançar em direitos, ou tão somente administrar uma situação durante os momentos de caos.

A Ftigesp, na pessoal do seu presidente Leonardo Del Roy, aproveita para parabenizar a ação do STIG-SP em defesa dos gráficos da Santa Rosa Embalagem, mesmo com o histórico de baixa adesão ao sindicato. "E de lamentar que uma empresa tão importante no setor gráfico chegue a este ponto, sendo ainda mais grave o desrespeitar aos empregados. "Diante do descaso da empresa, o STIG acerta ao apoiar a greve dos trabalhadores, não deixando-os abandonados, dando legalidade a este movimento paredista e buscando uma saída em defesa da classe", frisa.

Del Roy completa dizendo que buscar o dissídio judicial é indispensável para forçar o patrão a apresentar uma solução. Contudo, independente disto, o experiente sindicalista cobra da gráfica Santa Marta que abra um processo de negociação junto ao Sindicato para se buscar a solução para a vida dos trabalhadores. "É o que nós esperamos que ocorra", diz.




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