Item de NotíciaFTIGESP NEWS // Donos de gráficas do ABC e da Baixada atacam organização dos gráficos
(Categoria: Geral)
Postado por FTIGESP
21 Junho 2019 - 07:26:28


Presidente do patronal, mesmo falindo a sua empresa e não pagando os trabalhadores, recomenda as empresas a fortalecerem a entidade deles e a enfraquecerem o sindicato dos trabalhadores nestas duas regiões

A entidade representativa das empresas gráficas do ABC paulista e da Baixada Santista, em seu novo informativo, recebeu atacar literalmente a organização sindical dos profissionais do ramo dessas duas regiões do estado de São Paulo. Está recomendando às empresas a deixarem de descontar em folha de pagamento as contribuições dos trabalhadores sindicalizados e não mais repassarem aos Sindicatos dos gráficos (STIG Santos e STIG ABC). Sem esses descontos e repasses, enfraquece-se tais entidades formadas somente por gráficos para defenderem salários, direitos e condições de trabalho dos gráficos nas respectivas empresas. A denúncia é feita pelo secretário-geral do STIG Santos, Jorge Caetano.

A categoria está em plena campanha para definição do reajuste salarial dos profissionais e a manutenção dos direitos. A data-base dos gráficos da Baixada e do ABC é em 1º de setembro. Os dois STIGs já realizaram assembleia com os trabalhadores e aguardam o início das negociações com o patronal. "Já o presidente da entidade das gráficas dessas duas regiões, o mesmo que era dono da gráfica Vice-Rei em Santos, fechada há anos e sem pagar seus empregados, nem mesmo por acordo judicial, resolveu ainda se vangloriar em seu informativo da situação de prejuízo financeiro que está deixando todos os trabalhadores dessas localidades ao destacar que já são dois anos com zero de reajuste", denuncia Jorge.

Não bastasse isso, o patronal também ataca a organização sindical dos gráficos ao dizer em seu novo informativo que as empresas não devem seguir fazendo desconto das contribuições associativas dos funcionários na folha de pagamento. Com isso, os STIGs não recebem a colaboração dos trabalhadores para a manutenção do sindicato em defesa da classe. O patronal fala ainda que as empresas podem sofrer processos judiciais se continuarem descontando. Mas, na verdade, o próprio Ministério Público do Trabalho já condenou, em nota, a suspensão dos descontos.

"Por outro lado, apesar do enfraquecimento dos sindicatos dos gráficos, o patronal diz ser obrigatória a contribuição das empresas para assim fortalecerem o sindicato dos donos das gráficas. São dois pesos e duas medidas", diz Jorge. Se os trabalhadores não reagirem, fala o dirigente, o STIG Santos passará por restrições ainda maiores para a defesa dos interesses da categoria. Dos 600 gráficos na Baixada Santista, só 10% estão sindicalizados. Diante dessa baixa unidade da classe, o STIG hoje só funciona três dias por semana. E, se o quadro não mudar, passará para apenas um dia e atendendo só os associados e com agendamento.

O cenário de desrespeito do patronal à organização dos gráficos não se limita as regiões do ABC e Baixada Santista. "O maior sindicato patronal do estado e do Brasil, que engloba quase todo o território paulista, tem feito igual. Estamos solidários aos STIG do ABC e de Santos, bem como aos demais STIGs que estão passando por este tipo de ataque", pontua Leonardo Del Roy, presidente da Federação da classe em SP (Ftigesp).

A entidade condena a atitude patronal e diz se tratar de um desrespeito ao trabalhador que já autorizou o desconto em favor de seu sindicato. E é um desrespeito a própria convenção coletiva, esta também assinada pelo patronal, cuja tem sido usado só para cobrarem contribuições em seu favor, enquanto orientam empresas a negarem as voltadas aos STIGs.


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