Mar 12
Diante de uma bancada congressista mais conservadora e de um governo oscilante referente à defesa dos direitos dos trabalhadores em função da atual crise econômica e política, sindicalistas de várias categorias da região de Jundiaí farão caravana em direção à capital paulista nesta sexta-feira (13), no Dia Nacional da Luta, promovido pela CUT, a fim de defender direitos trabalhistas e previdenciários, ameaçados por duas medidas provisórias. A manifestação também será realizada em defesa da Petrobras e da Democracia, além de reivindicar uma reforma política para coibir efetivamente tamanha corrupção no País. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica (Sindigráficos) Jundiaí defende ainda que haja maior atenção e pressão social contra o PL 4330 (terceirização), que foi desarquivado na Câmara dos Deputados, e pode ser votada em abril.

Na última sexta-feira (6), a sede do Sindigráficos Jundiaí foi palco do movimento de resistência dos trabalhadores de diversas categorias profissionais da região, que decidiram engrossar o Dia Nacional de Luta, dia 13, na capital paulista. Bancários, professores municipais e estaduais, alimentícios, aposentados, servidores de várias cidades, gráficos e outros dirigentes sindicais de várias entidades se reuniram para discutir sobre estes temas que são indispensáveis à classe trabalhadora. Na ocasião, eles definiram que seguirão em caravana nesta sexta-feira (13), somando-se as demais categorias e trabalhadores que estarão na manifestação em São Paulo.

"O setor gráfico como todas as outras categorias devem se preparar para o enfrentamento, pois viveremos um período difícil, porém, não podemos abaixar a cabeça para o governo e nem ao Congresso e aceitar que tirem nossos direitos", diz Leandro Rodrigues, presidente do Sindigráficos Jundiaí. O dirigente reconhece a dificuldade da atual conjuntura econômica, mas não perde de vista duas sérias ameaças à classe trabalhadora que exigem dos sindicalistas protagonismo ainda maior. O primeiro é o Congresso mais conservador, com um maior número de representantes das elites em comparação aos trabalhadores; segundo, é o próprio governo ao mostrar menor diálogo com as centrais sindicais, inclusive retirando até direitos.

Rodrigues convoca todos a estarem unidos e mobilizados pela revogação das medidas provisórias (664 e 665) que retiram direitos, como o seguro-desemprego, PIS, pensão por morte, dentre outros. "A presidente Dilma Rousseff precisa abrir espaço para o movimento sindical, bem como não deve mexer nos direitos trabalhistas, nem mesmo se a vaca tossir", frisa. Portanto, o dirigente sugere que, para controlar parte da crise financeira, o governo precisa adotar ações que atacam as grandes fortunas e não o escasso salário e direitos do trabalhador.

É preciso ir para o enfrentamento também no Congresso Nacional. "Com uma composição mais conservadora, esta Legislatura pode prejudicar a vida do trabalhador ao apoiar propostas em favor da classe patronal", fala Rodrigues. E, por falar nisso, ele ressalta que já está em curso a votação do PL 4330, que, se aprovado, precarizará as condições e as relações de trabalho, além de enfraquecer a representação do trabalhador em torno da entidade de classe. Tal Projeto de Lei autoriza a terceirização irrestrita na atividade fim de qualquer categoria e sem a responsabilidade solidária do tomador de serviço. O PL 4330 já foi desarquivado. Já há sinalizações de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) incluirá o PL na pauta de votação do plenário da Casa no começo de abril. "O movimento sindical precisa reagir significativamente contra este atentado aos direitos dos trabalhadores e de sua organização sindical".

Douglas Izzo, vice-presidente da CUT/SP, também participou da reunião na sede do Sindigráficos Jundiaí. Entre as entidades presentes, estava presente o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e de Bragança Paulista; Sindicato dos Aposentados e Pensionistas de Jundiaí; Sindicato dos Professores de Jundiaí; Sindicato dos Servidores Municipais de Jundiaí, da Várzea Paulista e de Itupeva; Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Alimentação e outros. O assessor do STIG Jundiaí, João Adriano, também participou do encontro, que começou pela manhã e se estendeu até a hora do almoço.

SOLIDARIEDADE DE CLASSE

O Sindigráficos Jundiaí é solidário aos 222 gráficos pernambucanos que acabam de perder seus empregos em decorrência do fechamento da unidade da multinacional Plural em Pernambuco, empresa responsável por parte da produção da Revista Veja. A solidariedade se estende ao órgão sindical da categoria (Sindgraf-PE), que, mesmo depois de 15 anos em defesa dos trabalhadores desta empresa, e da recente garantia de um dos melhores acordos coletivo de trabalho junto à unidade em favor dos funcionários, viu-se impotente de garantir tais empregos em função da migração do cliente principal (Veja) da Plural para a empresa Santa Marta, na Paraíba. A mudança do cliente se deu por ter um custo menor na nova empresa, já que na Santa Marta paga-se salário menor e concede-se menos direitos aos seus trabalhadores em comparação à Plural. Assim, a solidariedade também vai aos gráficos paraibanos, que, sem uma convenção que traga mais direitos e melhores salários, serão penalizados diante de tal cenário.

FONTE: STIG JUNDIAÍ

written by FTIGESP