Abr 10
A maioria dos sindicatos e federações dos trabalhadores nas indústrias gráficas do País, ligados à Confederação Nacional da Classe (CONATIG), promoveram atividades em destaque às profissionais do setor durante o último mês, período em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher

mulherNo decorrer de todo o mês, houve homenagens, entretenimentos e muita conscientização política sobre o Dia 8 de Março e referente à necessidade da participação das trabalhadoras no cotidiano dos órgãos classistas em prol da manutenção e avanço dos direitos delas. A CONATIG destacou e deu maior visibilidade às atividades no período, inclusive o presidente da entidade, Leonardo Del Roy, marcou presença em muitas dessas ações sindicais.

O último evento no mês de março voltada à luta feminina da categoria contra as injustiças no ambiente de trabalho, ocorreu no Bingo das Mulheres Gráficas de Jundiaí/SP, realizado pelo sindicato local no dia 29/03, através do Comitê das Trabalhadoras. Nele, o dirigente aproveitou para dizer às trabalhadoras presentes sobre a necessidade de se romper com a cultura do silêncio diante das irregularidades no trabalho, a fim de mudar a própria realidade em prol da igualdade e contra o preconceito.

Um dos problemas crescente no setor gráfico são as doenças causadas em função das inadequadas condições de trabalho, as quais tem elevado os casos de LER/Dort. São as doenças por esforço repetitivo (LER). E está realidade tem afetado e muito as trabalhadoras, uma vez que elas são as vítimas em potencial, pois estão em sua grande maioria no setor de acabamento das empresas, condição que exige trabalhos repetitivos durante a jornada de serviço diário.

Nas indústrias de Jundiaí e Região, que integra 27 cidades, cerca de 1,8 mil estão correndo este risco. Desse modo, Del Roy aproveitou o evento das trabalhadoras para falar sobre o agravamento do problema diante da questão, com a prática do silêncio, temendo represálias do patrão, mesmo sentindo os sintomas da doença.

"As trabalhadoras costumam não se queixarem com seus superiores no trabalho, nem com o sindicato do problema", disse o dirigente no palco central do evento na Associação dos Trabalhadores Aposentados de Jundiaí, local onde foi realizado o Bingo das Gráficas. Ele falou que a omissão prejudica a identificação do número de casos da enfermidade na empresa.

Isso compromete a saúde da funcionária, bem como das demais que laboram na bancada irregular de acabamento, ou até mesma máquina, que promovem a doença. Ao se calar diante do caso, a funcionária contribui para elevar o problema, pois o sindicato ficará sem saber, impedindo qualquer intervenção da entidade para buscar sanar o problema através dos órgãos públicos competentes.

"As mulheres precisam entender que elas são o intercâmbio do sindicato. Nenhum caso de LER, ou outra doença, ou qualquer problema oriundo da irregular condição no local profissional será resolvido sem elas dizerem", pontua Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG. A quebra do silêncio evitará com que mais mulheres continuem a sofrer, bem como ameniza a dor daquelas que já estão com o problema.

Outros problemas também podem ser sanados ou diminuídos com a maior participação das gráficas junto ao sindicato, a exemplo dos assédios moral e sexual, ainda muito comum no universo de trabalho da categoria gráfica. O dirigente lembra que o mês de março acabou, mas os desafios e lutas continuarão para as trabalhadoras gráficas, que precisam se aproximar da entidade sindical para começar a transformar este cenário de desigualdade e de injustiça.

FONTE: CONATIG

written by FTIGESP