Mai 04
O 1º de Maio já foi muito comemorado com festividades em virtude de grandes conquistas da classe trabalhadora, porém, o momento hoje não é de comemoração e sim de reflexão, diz o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica de Santos (São Paulo), órgão filiado à Confederação Nacional da Categoria (CONATIG) e a Federação Paulista dos Gráficos.

Até o início da Era Vargas (1930-1945) eram comuns nas grandes cidades brasileiras certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris (o que não constituía, no entanto, um grupo político muito forte, dada a pouca industrialização do país). Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo (uma espécie de "ideologia" que não está interessada na desconstrução do capital, mas em sua colaboração com o trabalho). O trabalhismo foi usado pela propaganda do regime varguista como um instrumento de controle das massas urbanas: isto se vê refletido na forma como o trabalho é visto cada vez mais como um valor.

Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas socioeconômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalho. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalho passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical.

Nos últimos anos infelizmente não temos o que comemorar. Quando foi a última vez que o trabalhador teve uma grande conquista a nível geral, por Lei?

Felizmente temos grandes avanços nas negociações coletivas, através de convenções e acordos coletivos de trabalho que é negociado com o setor empresário. Conquistas que saem devido a grande força política que os Sindicatos ainda exercem nas negociações.

Terceirização

No mês que antecede o Dia do Trabalhador, tivemos uma grande perda com a aprovação do PL 4330 que praticamente elimina todas as conquistas trabalhistas até aqui reconhecidas.

Rasgaram nossa CLT e com isso também conseguiram desestabilizar o movimento sindical que ainda luta e vai lutar para que a Presidente Dilma vete o Projeto da Terceirização ou que não seja aprovado pelo Congresso Nacional.

O que se vê atualmente é um patronal alinhado com os Deputados e algumas Centrais Sindicais, como a Força Sindical que a nível nacional não se posiciona que é contrária ao Projeto.

Temos um Deputado eleito pelo trabalhador que neste projeto infelizmente está de mãos dada com o Presidente da FIESP.

Portanto é com muito constrangimento que alguns dirigentes sindicais irão participar das festividades do 1º de Maio.

A Diretoria do Sindicato dos Gráficos de Santos parabeniza todos os trabalhadores, em especial toda a categoria gráfica pelo Dia do Trabalhador.

E lembra seus filiados que o momento é de reflexão, pensar muito bem naquele candidato que vem como cordeiro lhe pedir seu voto e depois de eleito vira de casaca, dando as costas aos trabalhadores.

A Diretoria do STIG de Santos

FONTE: STIG SANTOS/CONATIG

written by FTIGESP