Mai 21
Depois de muitos dias de atraso no pagamento salarial, a empresa Casa Publicadora resolve pagar seus gráficos. Cada dia de atraso incide uma multa ao empresário de R$ 42,67 por empregado. O valor dever ser revertido para o trabalhador, conforme determina a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Embora seja lei, a empresa estava se esquivando da regra e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Jundiaí e Região (Sindigráficos). Porém, não teve jeito de escapar. A entidade de classe notificou a empresa de greve, e, através da consciência de classe dos funcionários, cruzaram os braços nesta segunda-feira (18). Voltaram ao trabalho somente após os proprietários sinalizarem o desejo de resolver tudo, incluindo Participação nos Lucros, FGTS e pagamentos pendentes de ex-funcionários demitidos, bem como o registro profissional de cerca de 20 trabalhadores que estavam clandestinos, sem a Carteira de Trabalho (CTPS) assinada – um ponto que o Sindigráficos vinha lutando já há algum tempo para sanar. A empresa se reuniu com o Sindicato na tarde da segunda e confirmou o compromisso de resolver as questões. Uma nova reunião acontecerá nesta quarta-feira (20) para tratar dos devidos encaminhamentos.

"Embora produza Bíblia e artigos religiosos muita coisa estava errada na empresa, por isto temos monitorado de perto as irregularidades", conta Leandro Rodrigues, presidente do Sindigráficos. Assim, apesar da Casa Publicadora mostrar que havia pago, a pouco tempo, o PLR e o salário dos funcionários, era necessário que ela se comprometesse em pagar as multas pelo atraso do pagamento salarial.

A empresa também tinha outros problemas, como pendências com o pagamento de funcionários demitidos e o não recolhimento de quatro meses do FGTS dos seus empregados. Havia ainda outra irregularidade grave: trabalhadores sem a Carteira de Trabalho registradas.

CADAPUB1Diante de todas essas questões, o presidente do Sindigráficos enfatizou que a empresa deveria, portanto, resolver todos esses pontos.Estes foram os temas tratados na reunião que contou com a participação dos irmãos e donos da empresa (Adilson Rosa e Wagner Rosa), os quais se comprometeram em apresentar as soluções nesta quarta (20), na segunda reunião com o Sindigráficos.

Rodrigues adiantou que não abre mão do registro imediato dos gráficos que estão sem o registro na CTPS. O dirigente também antecipou que as pendências com os funcionários demitidos devem ser já sanadas, bem como deve haver uma solução imediata para o recolhimento do FGTS dos trabalhadores.

CASAPUB3"Em relação à multa por cada dia de atraso no pagamento salarial dos empregados, também não abrimos mão, pois os trabalhadores tiveram prejuízos em função dos atrasos, e é justo e de direito que a empresa arque com o problema que ela mesmo criou", diz. Desse modo, na reunião desta quarta será levantado o respectivo valor que a Casa Publicada deve de multa para cada funcionário em razão do atraso no pagamento salarial. Em seguida, será discutido a forma para o pagamento do débito em questão.

Os empresários se comprometeram em resolver tudo. No entanto, o presidente do Sindigráficos adverte aos donos da empresa que se nada for resolvido, de fato, retomará a ação grevista – iniciativa a qual resultou nestes encaminhamentos favoráveis aos trabalhadores. "O tamanho da luta é do tamanho da conquista", frisa.

FONTE: STIG JUNDIAÍ

written by FTIGESP