Jun 08

Nada melhor do que a unidade da classe trabalhadora para pressionar autoridades públicas para perceber os abusos patronais contra seus empregados. A máxima vale até mesmo para pressionar multinacionais.


Este raciocínio se encaixa bem na atual ação da UNI Global – sindicato mundial que reúne várias categorias profissionais, entre elas do setor gráfico – nas embaixadas espanholas pela América Latina e na Europa, contra abusos da espanhola Prosegur, do ramo de vigilância. No Brasil, o gráfico Everaldo Nascimento, representante da Federação Paulista dos Gráficos (FTIGESP), filiada à Confederação Nacional dos Gráficos (CONATIG), conseguiu, junto com sindicalistas de outras categorias, entregar carta ao Cônsul espanhol no Brasil, denunciando os abusos da espanhola Prosegur nas terras brasileiras. Nascimento com Cenise Moraes (Federação dos Trabalhadores em Telecomunicações) e José Boaventura (Confederação dos Trabalhadores em Vigilância) insistiram e foram recebidos pelo cônsul, diante do protesto da UNI Global na frente da Embaixada Espanhol em Brasília, na quinta-feira (21/05).

"Vigilantes da Prosegur no Brasil são obrigados a trabalhar hora-extra sem receber pelo trabalho adicional, mas a empresa tem imposto, de 'goela abaixo', a compensação dessas horas através de banco de horas", denunciou Boaventura, conforme apontou a carta que foi entregue ao cônsul espanhol. Outro problema e que ameaça a vida dos trabalhadores fora apresentada no documento. "Os funcionários têm usado coletes à prova de bala vencidos", informou o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vigilância. Tudo isso foi denunciado no documento ao representante do governo espanhol.

Os três representante da UNI Global, entre eles o gráfico Nascimento, passaram cerca de uma hora com o cônsul, diante da pressão feita pelo movimento sindical na frente da Embaixada. O representante do governo estrangeiro, que é conterrâneo da Prosegur, recebeu a carta com as reclamações contra a multinacional e se comprometeu em averiguar o caso. O diplomata se mostrou surpreso com a situação denunciada pelos brasileiros. "Esperamos que algo seja feito em favor dos vigilantes", frisou o representante dos trabalhadores gráficos, que é o coordenador do Comitê de Enlace da UNI Global no Brasil – instância que organiza as iniciativas do sindicato mundial dentro do País.

FONTE: CONATIG 

written by FTIGESP