Jun 23
Recentemente assistimos pela TV grandes caminhadas pelas ruas do país, com muitas pessoas se dizendo indignadas com o governo da presidente Dilma, com alguns gritando Fora Dilma e outros pedindo a volta dos militares, com muito oba oba e gente que nem sabia por que estava ali. Tudo isso sem uma proposta clara, sem apontar um horizonte.

Quem está mais antenado sobre a situação do país sabe que isso é uma armadilha dos que são contra os avanços sociais que tivemos nos últimos anos com Lula e Dilma.

Não foi coincidência o fato de logo depois das manifestações com todos vestindo a camisa da CBF, os empresários da FIESP e seus amigos deputados, aproveitando o clima do Fora Dilma e volta dos militares, aprovaram sorrateiramente o PL 4330, que trata do maior golpe já feito contra os direitos dos trabalhadores brasileiros.

Vejam como a coisa é arquitetada. A grande mídia divulga diariamente um escândalo na Petrobras, nossa maior empresa pública e que representa nossa soberania nacional, coloca isso como algo que aconteceu agora e por conta de um só partido político, quando, na verdade, sabemos que tudo isso serve como pretexto para jogar o povo contra o Governo da inclusão social, que eles não aceitam.

Mas como mentira tem perna curta e logo a verdade virá à tona, os mentirosos não perdem tempo e vão buscar seus objetivos no Congresso Nacional, entre eles a precarização do trabalho, com redução de salários e direitos.

Isso nos lembra de uma passagem bíblica, quando DEUS, vendo o sofrimento do povo escravo nas mãos do faraó, diz a Moisés que libertasse o povo daquela escravidão. Moisés tornou-se o líder daquele povo, que até então não tinha nada e passou a ter. E passou a exigir mais, muito mais do que já havia recebido, chegando a renegar o DEUS de Moisés e criar seu próprio deus. Mesmo tendo uma nova situação de vida, bem melhor do que a escravidão, o povo estava revoltado com Moisés por que estavam demorando para chegar à terra prometida.

Sem querer comparar as situações, antes do Governo Lula/Dilma, governos da inclusão social, o povo não tinha emprego, escola, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, era um povo excluído, marginalizado, sem esperança, não tinha nada do que tem hoje.

Ainda é pouco? Claro que precisamos avançar mais, acontece que quem esse povo das manifestações quer que volte ao governo é exatamente aquele do partido que promoveu o desemprego, a recessão, inflação alta, lucros estratosféricos para aquisição de imóvel ou qualquer outro bem. Dá para entender?

Esse povo precisa mesmo é se desconectar da TV do plim-plim e se ajustar mais com a realidade que vivemos, ou então vamos deixar uma péssima lembrança para as próximas gerações.

O ideal é que todos nós tenhamos consciência de que se hoje temos algumas conquistas, elas são fruto da luta dos que nos antecederam. E nós temos a obrigação moral de manter essas conquistas e ampliá-las. É o mínimo que temos de fazer para que os que vierem depois, não se envergonhem de nós pela falta de comprometimento com a luta de classe.

Temos lado, nosso lado é o lado dos menos favorecidos. Lutar sempre é nosso papel.

Por: Isaías Karrara de Sousa Silva Presidente do STIGABC
FONTE: STIG STIGABC

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