Jul 06
As reclamações de gráficos das empresas Jaiz, Real e Cadú, do mesmo grupo econômico em Valinhos, ao sindicato da categoria (Sindigráficos), começam a surtir seus primeiros efeitos. Isso porque a pressão sindical sobre as empresas, oriundas das denúncias, ameaça a continuidade de umas irregularidades cometidas há muito tempo por lá, que os gráficos optavam por esconder devido ao medo dos patrões, e o caso não chegava ao sindicato. Um exemplo é o atraso recorrente no pagamento salarial, e o não pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), que está atrasada desde o ano de 2010. As denúncias foram fundamentais para marcar o início de mudanças no perfil desses trabalhadores e dos empregadores, porque, fez com que os empresários se reunissem com o Sindigráficos na terça-feira (23), que levou o caso para o Ministério do Trabalho. Lá, as empresas reconheceram as falhas e vão se regularizar. Os trabalhadores, portanto, receberão as PLR vencidas e ainda o valor das multas aplicadas às empresas pelo atraso nos salários mensais. A multa consta na Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. Toda gráfica é obrigada a pagar R$ 42,67 por cada dia que atrasar o salário.

"Os empresários têm até o dia 23 de julho para apresentar levantamento com o nome de todos os funcionários e os respectivos valores relativos ao acumulado dos dias de atraso no pagamento salarial que ocorreram", conta Valdir Ramos, diretor do Sindigráficos. O prazo foi negociado com os donos das Jaiz, Real e Cadú, na reunião, após eles aceitarem a pena por reconhecerem que costumam atrasar mesmo o salário. Seguindo o mesmo direcionamento, os proprietários das empresas tem igual prazo para catalogar e apresentar ao sindicato os nomes e o valor a ser pago para cada um dos seus 90 empregados em relação às PLR vencidas.

O próximo passo é apresentar aos trabalhadores o levantamento feito pelo grupo de empresas, com objetivo de que eles possam dizer se tudo está certo. Apenas depois da avaliação e aprovação dos funcionários, o Sindigráficos volta a discutir com os empresários a forma de pagamento dos débitos com os seus empregados. Desse modo, o sindicato exigiu e as empresas aceitaram que os sindicalistas realizem dentro das gráficas uma assembleia com os funcionários para analisar tais levantamentos.

Outra denúncia de irregularidade das gráficas Jaiz, Real e Cadú foram discutidas na reunião. Havia uma suspeita de que o FGTS dos gráficos não estava sendo recolhido corretamente. Ao serem questionados da possível ilegalidade, os empresários negaram e apresentaram o acordo de parcelamento feito na Caixa Econômica Federal para quitar o FGTS atrasado. O acordo de parcelamento foi celebrado no mês de maio.

O sindicalista Jurandir Franco espera que da experiência vivenciada, os trabalhadores das gráficas Jaiz, Real e Cadú tirem suas lições e mudem essa postura de ficarem sofrendo calados no interior das empresas, bem distantes do Sindigráficos, pois as irregularidades sempre retornam e em alguma hora terão que procurar o sindicato, mas o problema já está grande. "É preciso denunciar, mas só isso não basta", pontua. Ele conta que ter coragem para denunciar é o primeiro passo, mas, mesmo assim, nada impede que o patrão volte a cometer irregularidades. E a única saída é se juntar ao sindicato, filiando-se à sua entidade de classe, a fim de garantir proteção permanente, pois os empresários estarão cientes do fato e temerão sonegar os direitos dos sindicalizados, pois sabem que logo serão acionados pelos sindicalistas. Juntos, somos mais fortes!

FONTE: STIG JUNDIAÍ 

written by FTIGESP