Essa história não é nova. Há mais ou menos quatro anos, um dos diretores do Sindicato foi à empresa fazer um acordo de hora obrigatório e, ao questionar os trabalhadores sobre o porquê estavam calados e não respondiam as perguntas, um único rapaz, que era CIPEIRO, resolveu falar e disse que se alguém manifestasse qualquer coisa de errado na empresa seria demitido. Os chefes e o gerente que estavam presentes imediatamente negaram e afirmaram que ali todos tinham liberdade para se expressar. Ao final da tarde, este cipeiro veio ao Sindicato com a notícia de que havia sido demitido porque havia falado na assembleia.

O Sindicato entrou em contato com a gerência da empresa, e obteve a seguinte resposta: o trabalhador não tinha se adaptado ao equipamento de trabalho. Detalhe: o cipeiro estava há onze anos no mesmo equipamento.

Ao fim de toda essa confusão, o trabalhador preferiu sair da empresa com todos os seus direitos e indenizações pagas, sobrando só a indignação.

A história se repete

Agora novamente a Qualy Print está demitindo outro CIPEIRO, que trabalha na empresa há oito anos, por que ele é sindicalizado e o Sindicato está tentando negociar com a Qualy a implantação do trabalho alternado aos sábados. Ao saber que os trabalhadores estavam se organizando para até mesmo pararem a produção para conquistar os sábados alternados, a empresa demitiu o cipeiro tentando desmobilizar a gráfica e mostrar autoridade.

"Como a empresa não quer dar uma qualidade de vida melhor para os trabalhadores, está criando o maior problema para não aceitar a mudança", conta o presidente do Sindicato, Isaías Karrara. "Mas desta vez será diferente, ninguém ficará impune", afirmou.

O cipeiro já avisou: ou a empresa o reintegra ou o Sindicato irá até as últimas consequências para barrar essa arbitrariedade.

E é bom avisar também a todos os chefes de produção que destratar trabalhadores, ameaçá-los de demissão, dizer para procurarem emprego no Sindicato e coisa do tipo, é prática de ASSÉDIO MORAL. Ou seja, é uma prática criminosa que dá punição à empresa e indenização à vítima.

Então, fique de olho: se você for maltratado ou ameaçado, basta juntar algumas provas, trazer para o Sindicato e pronto. Vamos fazer esse chefe aprender a ter bons modos e tratar trabalhador com dignidade.

FONTE: STIG ABC

written by FTIGESP