Set 23

Apesar das empresas do setor gráfico paulista serem obrigados a pagar aos funcionários a 2ª parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) junto com o salário de setembro, conforme define a Convenção Coletiva de Trabalho da classe, a Máxima Cadernos, situada na cidade de Itapetinga, já pagou o benefício ainda no começo deste mês. O fato resulta de um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas (STIG) de Sorocaba - entidade responsável por defender os empregados da categoria nesta Região. Na verdade, foi preciso mais que o acordo para o pagamento ser consolidado. Foi necessário um movimento sindical com a participação dos gráficos da empresa. A ação foi realizada porque corria o risco da Máxima Cadernos não cumprir o acordo, sob alegação de problemas financeiros em decorrência da crise financeira. Foi então quando o STIG e os trabalhadores se mobilizaram contra o atraso patronal e assim o pagamento foi feito no dia 3 de setembro.

"Pelo acordo, a empresa pode subdividir em mais do que duas parcelas o PLR, desde que garantisse a antecipação do pagamento da 2ª metade do valor total do PLR antes do mês de setembro - período limite para pagar a metade restante do benefício, conforme define a Convenção", conta Everaldo Nascimento, diretor do STIG. Ele explica que o acordo garantiu que a empresa pudesse pagar em seis parcelas de R$ 155,89. O pagamento deveria ser feito sempre no dia 30 de cada mês. E assim estava ocorrendo até quando no último mês atrasou o pagamento da antecipação das parcelas correspondentes a parte final do benefício.

Diante da situação, o Sindicato organizou uma ação junto aos gráficos da empresa no último dia 2. A atividade envolveu trabalhadores de dois turnos. A representatividade do STIG junto aos funcionários é bastante expressiva. Todos os 230 empregados são sindicalizados. E em razão dessa forte representação, no dia seguinte após ao movimento sindical, no dia 3, a Máxima Cadernos efetuou, de uma única vez, o pagamento das três últimas parcelas de R$ 155,89 que ainda estavam pendentes.

Nascimento avalia que a pressão e o condição de ter 100 por cento dos gráficos filiados foram indispensáveis para resolver o caso do descumprimento inicial da empresa em relação ao acordo feito. Todavia, o sindicalista fala que não costuma ter problemas dessa ordem na Máxima Cadernos e o caso pode ter sim origem atrelada à atual crise financeira. O STIG, no entanto, diz que, independente do fato, não deixará de proteger nunca o interesse dos trabalhadores sindicalizados e do conjunto da categoria gráfica.

written by FTIGESP