Out 21
Uma das campanhas salariais mais difíceis das últimas décadas, em função da atual crise financeira sobre o País e o mundo. Assim que os dirigentes dos Sindicatos dos Gráficos da Baixada Santista e do Grande ABC paulista classificaram a campanha deste ano, que acabou na última quarta-feira (14). Os sindicalistas enfrentaram a pressão patronal, ancorada sob a justificativa da atual crise financeira, que queria reduzir pela metade o valor da Participação nos Lucros e Resultado (PLR), bem como os salários de quem recebe acima do piso. A categoria foi valente ao reagir tamanha afronta, mesmo sob risco de haver demissões. Insistiram em novas rodadas de negociações com os empresários. Os STIGs não conseguiram o desejado reajuste acima da inflação anual (9,88 por cento), mas, felizmente, a pressão da classe evitou que o aumento fosse menor que isso, ou a redução de direitos, como pressionavam os patrões. Com aumento, o menor salário dos gráficos nessas regiões será de R$ 1.359,60 a partir de janeiro. E, antes disso, com base no mês de setembro, já sobe para R$ 1.311,20.

O piso salarial era de R$ 1.236,40 nas gráficas da Baixada Santista e Grande ABC. O salário passa imediatamente para R$ 1.311,20. O reajuste inicial foi de 6 por cento. "O próximo salário já deve ser pago com o novo valor. Além disso, como o reajuste é retroativo a data-base da categoria, cujo é em 1º de setembro, a diferença também deve ser paga junto com o salário de outubro", diz Jorge Caetano, presidente do STIG Santos. Ele alerta os trabalhadores para denunciarem qualquer suspeita de não recebimento da referida diferença salarial.

Um novo reajuste no salário deve ser feito a partir de 1º de janeiro. O salário sobe mais um pouco, exatamente 3.66 por cento sobre os R$ 1.236,40. É então que o piso salarial fica em R$ 1.359,60. Este valor corresponde as perdas inflacionárias do período. "Queríamos bem mais, mas foi feito de tudo para evitar que os empresários repassassem a conta da crise para o bolso só do trabalhador", adianta Caetano. O dirigente diz que todas as faixas salariais receberão igual reajuste percentual (6 por cento em setembro e 3,66 por cento em janeiro - de forma acumulativa sobre o salário). Isso equivalerá aos 9,88 por cento de inflação anual sobre o salário da categoria.

Além disso, os STIGs lutaram para evitar redução do valor da PLR pela metade, como pressionavam os empresários. Hoje existem três valores distintos a depender do número de profissionais nas gráficas: R$ 543,00 para empresas com até 30 empregados; R$ 670,00 para empresas entre 31 e 100 empregados e R$ 1.212,00 para empresas com mais de 101. "Conseguirmos manter estes mesmos valores. Não consideramos isso um avanço, mas também não retrocedemos no nosso direito. Foi menos pior", diz Caetano. Estes valores deverão ser pagos em duas parcelas iguais. A 1ª em 7 de março de 2016 e a 2ª em 08 de agosto do mesmo ano. Será aplicada à empresa uma multa de 10 por cento do piso normativo se não pagar nos prazos.

O dirigente lembra que todas as outras cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho na Baixada Santista e Grande ABC foram mantidas. Caetano destaca ainda que em caso de férias ou desligamento do empregado entre os meses de setembro e dezembro de 2015, fica garantido ao trabalhador a aplicação de uma só vez do índice de reajuste salarial de 9.88 por cento. Por falar em reajuste, o piso salarial diferenciado, que é praticado nas empresas de xerox e reprodução digital, seguirá igual modelo adotado nas gráficas. O aumento será de 6 por cento em setembro/15 e mais 3,66 por cento em janeiro de 2016 (acumulativo sobre o salário), ficando R$ 1.009,80 e R$ 1.047,20 respectivamente.



written by FTIGESP