Out 26

STIG Taubaté fecha as bases de acordo onde prevê fim do trabalho nos sábados e mais benefícios para os gráficos. Mas, diante da atual crise e seus efeitos nos serviços da empresa, as negociações foram suspensas

Depois de alguns meses em negociação, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Gráfica (STIG) de Taubaté e Região, no interior paulista, conseguiu avançar na construção de um relevante acordo coletivo para a redução da jornada de trabalho na Editora Santuário, localizada em Aparecida. Com isso, os 280 funcionários podem ter uma diminuição de uma hora e meia na escala semanal. Também podem deixar de laborar nos sábados, só em caráter excepcional, e com o pagamento de hora-extra. Até o começo deste mês, os termos do acordo estavam em fase de finalização. Porém, infelizmente, com a grande baixa na quantidade de serviços da empresa, diante da atual crise financeira, a negociação teve que ser suspensa e não existe prazo para a retomada do acordo.

O STIG Taubaté foi surpreendido com a triste questão. No entanto, os sindicalistas adiantam que continuarão buscando formas de avançar no referido acordo em favor dos trabalhadores. "Pelo acordado antes da nova situação, a jornada de trabalho ficaria de 42,5 horas semanal", antecipa um dos pontos do acordo o diretor do STIG Taubaté, Sandro de Carvalho.

Outro item é a eliminação do serviço no sábado. Quando isso ocorrer, os funcionários da Santuário terão mais descanso e mais vida social, para aproveitar próximo à família e aos amigos. O fim do trabalho aos sábados é uma das principais reivindicações da maioria ou de todos os gráficos da empresa. E o STIG vinha batalhando ativamente para atender o justo desejo dos trabalhadores, sobretudo o dos 80 empregados da editora que são filiados ao órgão de classe.

Antes da suspensão da negociação também estava sendo negociado novos horários das jornadas dos gráficos durante a semana de trabalho. E isto já estava bem definido. Haverá rodízio dos empregados entre os referidos horários trimensalmente. Todos os termos do acordo, quando tudo voltar a ser negociado entre os sindicalistas e a empresa, com o fim da crise, serão expostos para análise e aprovação dos trabalhadores.

Apesar da negociação do acordo está em aberto, o sindicato já trouxe um benefício direto para todos os gráficos, sem distinção. A cesta básica passou a ser entregue na casa dos funcionários, sem custo adicional. A ação facilita a vida do gráfico, que antes tinha de ir buscar na editora. Outras revindicações estão sendo negociadas.

Contudo, apesar de toda essa dedicação do STIG em prol dos gráficos da Editora Santuário, lutando para garantir a eles mais direitos e menos horas de trabalho e mais vida social, 86 trabalhadores se recusaram em pagar a contribuição assistencial anual voltada para o sindicato. E esta contribuição financeira, negada por eles, deixa de ajudar a ação sindical, porque é fundamental para manter o sindicato funcionando. "Vamos continuar trabalhando em defesa de todos, até todos perceberem que, sem o sindicato, o gráfico fica fraco porque não há quem negocie novos direitos com a empresa, ou defender os já existentes", conta entristecido com o fato das oposições à contribuição o sindicalista Carlos Augusto.

Todavia, o dirigente reconhece que gradualmente as coisas vão mudar para melhor na conscientização dos gráficos da Editora Santuário sobre a questão pontuada. Ele conta que o quantitativo de oposições à contribuição assistencial caiu quase pela metade em comparação ao ano passado. Em 2014 foram enviadas 154 cartas do trabalhador contra o desconto salarial para beneficiar o STIG. Augusto espera que em 2016 não haja mais nenhuma carta, principalmente diante do desempenho do sindicato em prol de todos os trabalhadores. O sindicalista espera ainda que os gráficos da Santuário se sindicalizem para fortalecer a entidade.

written by FTIGESP