Mar 09
Neste mês que se comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é preciso celebrar esta data histórica diante das conquistas das mulheres no mundo profissional, bem como na sociedade de forma em geral. Porém, faz-se necessário refletir sobre os desafios que continuam na vida das mulheres com a manutenção dos preconceitos nas mais variadas formas, a exemplo do assédio moral dentro das indústrias gráficas. A presidente do Sindicato da classe (STIG) em Taubaté e Região, Márcia Maria, única mulher na atualidade à frente de um sindicato gráfico no Estado de São Paulo, apresenta para as milhares de trabalhadoras do ramo, uma reflexão para que as gráficas, com o apoio e a atuação de cada sindicato da categoria em sua região, não contribuam, sem saber, para que as discriminações e os preconceitos contra elas se perpetuem na história.

"Depois de 159 anos do assassinato de 130 trabalhadoras tecelãs nos EUA, que reivindicavam melhores condições de trabalho, redução de jornada e equiparação salarial com os homens, nós, mulheres, continuamos hoje a pleitear a maioria dessas pautas, além do devido respeito e o fim dos assédios moral e sexual", diz Márcia, questionando se isso continuará por mais 159 anos.

O STIG Taubaté, o que deve ocorrer nos outros sindicatos gráficos e demais categorias, recebe bastantes denúncias das trabalhadoras sobre desrespeito em diversas situação, no ambiente de trabalho, por colegas e líderes; em casa, pelos companheiros, namorados, irmãos e filhos. "Não deixe de denunciar, pois este é o primeiro passo para começar a acabar com tais violências. E o STIG está sempre aberto para recebê-las e assim procurar sanar os problemas nas gráficas", fala.

A sindicalista realça que só a história poderá dizer se a sociedade vencerá este mal do machismo e a violência contra a mulher no mundo laboral e em outros ambientes da vida. Mas, se a mulher deixar de lutar, fatalmente, a história de violências contra elas tende a continuar, e toda a luta das 130 trabalhadores assinadas no passado, que originou o 8 de Março, não valerá à pena.

"Por isso, parabéns a nós, mulheres, por tudo que o 8 de Março já simboliza no avanço de nossos direitos, e continuemos a denunciar as violências e as desigualdades. Vamos continuar nossa luta para que sejamos respeitadas", diz Márcia. Denuncie ao seu STIG toda e qualquer situação que exponha você, trabalhadora. A sindicalista lembra que por mais ingênua que possa parecer até uma brincadeira, nela pode se esconder o assédio e o preconceito contra a mulher. Fique alerta!

Além da batalha que deve ser travada no local de trabalho contra às formas de violências contra a mulher, com destaque ao assédio, Márcia diz às profissionais que elas precisam conscientizar também as suas filhas sobre o problema do machismo e preconceitos. A ação é indispensável para que no futuro, quem sabe daqui a mais 159 anos, a mulher não esteja sofrendo igual as situações atuais. "Vamos à luta mulheres e parabéns a nós pelo nosso dia, 8 de Março." finaliza.

written by FTIGESP