Abr 04
Uma rotativa da gráfica Ideal, em Campinas, que decretou falência no último mês, foi vendida para uma empresa em Chicago nos EUA.Todo o dinheiro, exatos 335 mil dólares, foi revertido para pagar salários e parte de verbas rescisória de aproximadamente 200 ex gráficos da empresa, graças a intervenção do Sindicato da categoria (STIG) em Campinas. A entidade de classe, que conta com o apoio do administrador da massa falida, o advogado Alexandre Sampaio, indicado pela juíza que decretou a falência da Ideal, já mapeou o restante do maquinário do parque fabril, algo em torno de 55, onde já estarão sendo postos à venda, a fim de garantir o pagamento de todo passivo trabalhista que remonta ao ano de 2013. A Federação Estadual da classe (FTIGESP) parabeniza o STIG pelo firme empenho em prol da justiça e garantia do direito dos gráficos.

"Não descansaremos até o último centavo ser pago aos trabalhadores. Para isso, acompanharemos até o fim a comercialização das máquinas", diz José Benedito Teixeira, presidente do STIG Campinas, conhecido por Mococa. O sindicalista aproveita para agradecer a sensibilidade da juíza diante do caso, a magistrada da 5º Vara de Cível de Campinas, Renata Manzini, bem como a advogada do sindicato, Sílvia Helena. Foi a juíza que autorizou a falência da Ideal, mas também quem indicou um administrador da massa falida para cuidar e para vender o maquinário, que permite o acompanhamento do sindicato nos processos de venda, com visa quitar o expressivo passivo com cerca de 200 ex empregados.

A venda da rotativa, por exemplo, já garantiu pagar todos os salários de janeiro dos últimos 70 trabalhadores que continuavam na empresa. O dinheiro também garantiu que fosse feito o pagamento de uma parte das verbas rescisórias dos cerca de 200 gráficos que já passaram pela Ideal e que tinham alguma pendência a receber. Há processos na Justiça que remonta ao ano de 2013. "É por isso que é muito importante vender as máquinas, as quais agora estão sendo acompanhadas pela Justiça, a fim de se pagar primeiro todas as dívidas trabalhistas, que são muitas", frisa Mococa, dizendo que continuará empenhado para se vender tudo.

"Parabéns ao STIG Capinas e a doutora Sílvia, além, é claro da juízo do caso", congratula Leonardo Del Roy, presidente da FTIGESP. Ele frisa que foi muito relevante a magistrada ter autorizado a venda de tudo para pagar, em primeiro lugar, a dívida trabalhista. Mas também a atuação do administrador da massa falida, que colabora com o STIG, garantindo a participação nos processos de comercialização de máquinas.

FGTS e Seguro-Desemprego

Outra ação importante do STIG Campinas para aliviar o drama vivido pelos 70 trabalhadores da Gráfica Ideal, demitidos em fevereiro último, sem nada receber da empresa, ocorreu no âmbito do Ministério Público do Trabalho (MPT). Como não foi homologado a rescisão do contrato de trabalho dos funcionários, nem sequer o pagamento de qualquer verbas rescisórias, o STIG agiu no sentido de liberar as guias dos trabalhadores para darem entrada no FGTS e Seguro-Desemprego. O MPT concedeu o pleito e os ex-empregados da Ideal já podem ter acesso a tais direitos.

written by FTIGESP