Mai 23
A cesta básica na capital paulista continua sendo a mais cara do Brasil. É o que mostra a nova pesquisa do Dieese referente ao mês de abril. O problema do aumento dos produtos da cesta sobre os trabalhadores é que o vale-alimentação não aumenta normalmente por mês baseado na elevação dos preços dos alimentos com a inflação. A categoria gráfica, por sua vez, pode e deve ter o vale-alimentação elevado com base nos preços praticas nos supermercados de onde a empresa está situada. A regra consta na Convenção Coletiva de Trabalho da classe firmada com o sindicato patronal do Estado de São Paulo (Sindigraf/SP). Os gráficos devem fazer a pesquisa e exigir do sindicato e do patrão o reajuste, ou cobrar a própria cesta-básica em alimento, a fim de evitar a defasagem.

"A pesquisa nos supermercados devem ser o primeiro passo, e, depois, reivindicar do sindicato que cobre do patrão o reajuste do valor do vale", diz Leonardo Del Roy, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústria Gráfica do Estado de São Paulo (FTIGESP). O dirigente frisa que o empresário gráfico é obrigado a fornecer ou a cesta básica com todos os itens descritos pela convenção, ou pagar o vale-alimentação. O vale, por sua vez, não pode ter qualquer valor. O vale compras deve ter no mínimo o valor que garanta ao trabalhador adquirir todos os produtos da cesta básica nos supermercados da cidade ou região da empresa.

É o que vem fazendo o Sindicato dos Gráficos de Jundiaí e Região. A entidade fez uma pesquisa em março e descobriu que muitas empresas não atualizaram o valor do vale-alimentação com base na regra citada. "O prejuízo dos trabalhadores era de 20 por cento, em média, a menos do preço real nos supermercados", diz Leandro Rodrigues, presidente do STIG. O dirigente e os sindicalistas começaram a monitorar e cobrar dos patrões a correção do valor do direito ou pagar em cesta. A Gráfica Amaral, em Bragança, por exemplo, aumentou o vale em 30 por cento. Outras gráficas preferiram pagar em cesta, como ocorreu na Redoma, em Cajamar.

A FTIGESP aproveita para explicar detalhadamente sobre tais regras. Há duas formas do dono de gráfica pagar: em cesta básica ou por meio de vale-alimentação. "Em ambas condições o empresário não pode dar o benefício de qualquer forma", alerta Del Roy. A cesta deve ter quantia e qualidade específica. O vale deve ter o valor mínimo correspondente à soma de todos os produtos (com qualidade e quantia descrita na cesta) comprados nos supermercados da cidade onde está situada a empresa.

written by FTIGESP