Jun 10
O Correio Popular, um dos maiores jornais do Estado de São Paulo, situado em Campinas e que o dono é presidente do sindicato patronal do setor, sonega parte do aumento salarial dos gráficos desde fevereiro. Ao invés de dar exemplo, já que lidera a entidade do setor de jornais e foi ele inclusive que assinou a convenção coletiva definindo tal aumento parcelado dos gráficos (7 por cento em outubro/15 e 2,71 por cento em fevereiro/16), o empresário descumpre a regra que ele mesmo aprovou junto com a Federação Paulista dos Trabalhadores Gráficos (FTIGESP). A entidade obreira critica o descumprimento da convenção e apoia o Sindicato dos Gráficos de Campinas, que já solicitou uma intervenção do Ministério do Trabalho no caso, e também estuda entrar na Justiça se nada avançar.

A situação do Correio é grave e por vários motivos. A empresa fechou o setor de impressão do jornal e demitiu dezenas de gráficos, passando a rodar no Estadão. O reajuste salarial da categoria foi dividida diante de uma das campanhas salariais mais difíceis devido a crise econômica. E agora o empresário responsável por assinar este reajuste parcelado não honra nem o que assina, não repassando a segunda parte do reajuste.

"É um absurdo esse comportamento do dono do Correio Popular e líder do sindicato patronal dos jornais do Estado", critica Leonardo Del Roy, presidente da FTIGESP. O procedimento adotado pelo jornal é muito desrespeitoso com os trabalhadores e ilegal, já que não cumpre com a convenção assinado. "Já solicitamos uma mesa redonda no Ministério do Trabalho. E, depois, se a irregularidade continuar, entraremos com uma ação de cumprimento na Justiça do Trabalho", fala José Benedito Teixeira, presidente do STIG Campinhas, mais conhecido por Mococa.

Del Roy espera que o jornal revolva a pendência com o reajuste salarial dos poucos gráficos que ainda continuam na empresa por uma questão de justiça e de bom senso, sobretudo quando o patrão envolvido é o presidente do sindicato patronal. "Estamos junto com o STIG e vamos apoiá-lo em tudo que seja necessário para se fazer justiça em defesa da nossa categoria", ressalta o presidente da FTIGESP.

written by FTIGESP