Jun 21
O ministro da Casa Civil do presidente interino Michel Temer, Eliseu Padilha, foi ovacionado por empresários da Fiesp na última quinta-feira. Tantos aplausos tem justificativa. Ele anunciou que após ou no mesmo tempo que aprovar a reforma previdenciária, defenderá a reforma trabalhista e com destaque para aprovação da terceirização irrestrita do trabalho. Ou seja, terceirizar qualquer profissional, inclusive os gráficos. E tudo isso, segundo ele prevê, deve acontecer ainda este ano. "O país precisa modernizar o processo produtivo e formalizar o emprego", disse o ministro para o delírio dos empresários e executivos da Federação Industrial do Estado de São Paulo, com 'chuva' aplausos. A euforia foi generalizada e não era para menos. A terceirização reduzirá o custo da folha de pagamento dos patrões com seus trabalhadores, pois, como alerta a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria Gráfica (CONATIG), ocorrerá às custas da redução salarial e de muitos direitos.

"A terceirização nunca vai gerar emprego, mas precarizará as relações do trabalho e sindicais, reduzirá salários e direitos já conquistados dos trabalhadores", critica largamente o presidente da CONATIG, Leonardo Del Roy a declaração do ministro e o presidente interino, pelo apoio à medida que parece dar dado. Padilha inclusive anunciou ainda que vai pressionar para agilidade na votação do projeto de terceirização que já está no Senado depois da aprovação na Câmara no ano passado. Com isso, o sindicalista alerta que quem vai o pato da Fiesp é o trabalhador.

"Isso tudo é uma grande bandidagem do Padilha e do governo Temer a favor só dos empresários que o aplaudiram de pé na Fiesp", pontua Del Roy. O líder dos gráficos brasileiros garante que alertará o conjunto da categoria no Brasil, cerca de 220 mil trabalhadores, que já são contra a terceirização, diante das significativas mazelas que causara sobre todos, para se mobilizar e lutar até o fim contra este abuso sobre o direito dos trabalhadores gráficos e todas as demais categorias de profissionais.

Del Roy aproveita para fazer um questionamento a Padilha: Já que o ministro se arvorou em defender as empresas, seria muito importante que o mesmo respondesse as indagações dos trabalhadores gráficos e de outras categorias sobre duas questões em especial. São elas: Qual a garantia que os trabalhadores que desenvolvem suas atividades nas atividades fins das empresas terão com o processo de terceirização?; Se os direitos das Convenções Coletivas de Trabalho já convencionada a muitos anos estarão garantidos pelo processo de terceirização em todas as atividades da empresa, como por exemplo: horas extras e adicionais noturnos acima da legislação, PLR, cesta básica, regulamentação de férias, entre inúmeros benefícios das convenções?

FONTE: CONATIG

written by FTIGESP