Out 02

Além dos efeitos negativos da reforma trabalhista que passa a valer em 11 de novembro, um mês após a data-base dos gráficos dos jornais da capital e do interior paulista, outro sério problema para os trabalhadores do segmento é o fim da ultratividade - direito que estia a validade dos 86 direitos da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da classe enquanto durava a negociação anual de sua renovação, mesmo após a data-base. Na última semana, a Federação Paulista da classe (Ftigesp) conseguiu evitar este segundo mal, fazendo com que todos os direitos continuem valendo, mesmo com a negociação em curso após a data-base que foi ontem (1º). A entidade também conseguiu a sinalização dos sindicatos patronais envolvidos de que aceitarão a inclusão de elementos na pauta de reivindicação a fim de barrar a materialidade da reforma trabalhista.

Há dois sindicatos patronais que representam o setor de Jornal e Revista no estado de São Paulo, um responde pelas empresas da capital e outro pelo interior. "Iniciamos os contatos com os negociadores dessas entidades e expomos a necessidade de preservação do setor, a fim de não criar uma desregulamentação entre as empresas, sendo prejudicial para nós trabalhadores, mas também para a representação patronal, frente os efeitos do fim da ultratividade e a reforma trabalhista, disse Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. Foi então quando os negociadores dos sindicatos patronais falaram que a ultratividade continua, sendo garantido todos os direitos da CCT enquanto durar a negociação.

Outro avanço também foi obtido através destes primeiros contatos com os patrões. A Ftigesp está preparando uma pauta extra a ser incluída na pauta de reivindicação dos trabalhadores que havia sido encaminhada anteriormente aos sindicatos patronais. Ela trará elementos contra a reforma trabalhista. Os patrões aceitaram tal inclusão para negociação. Na pauta original, o pleito é pelo reajuste de 4%, ante uma inflação que pode ficar próximo de 1,5% nos últimos 12 meses com base na data-base do segmento (1º de outubro). Ela também defende a manutenção dos direitos na atual convenção que venceu neste sábado (30), mas que continua valendo enquanto durar a negociação da campanha salarial por conta da reivindicação inicial da Ftigesp que garantiu a validade da ultratividade.

Além do reajuste salarial proposto e da manutenção de todos os direitos da CCT, a novidade é a inclusão de dispositivos na pauta para buscar barrar a reforma trabalhista, aceita pelos sindicatos patronais. Porém, Del Roy alerta a categoria que essa aceitação não significa que esses dispositivos já estão na convenção, mas os reconhecem para discuti-los quando iniciarem as mesas de negociação. Será preciso a resistência dos gráficos para avançarmos nestas cláusulas de barreiras à reforma trabalhista, bem como pelo aumento salarial e garantia da CCT", finaliza.

written by FTIGESP