Mai 20

Sindicalistas gráficos aderem ao protesto fúnebre do movimento sindical da região, puxado pelo Sindicato dos Químicos, com direito à cortejo de 150 manifestantes de preto, caixão, cortejo e centenas de cruzes na praia

Na noite anterior ao Dia Mundial do Trabalhador, o movimento sindical de Santos, puxado pelo Sindicato dos Químicos, que contou com o apoio dos gráficos e outras categorias, decidiu realizar uma manifestação diferente das tradicionais. E conseguiu chamar a atenção da população e da mídia regional para o quando é macabro a reforma da Previdência de Bolsonaro aos empregados. Logo, precisa ser enterrada e assim foi simbolicamente no protesto. Sem parar trânsito local, sem faixa, bandeiras ou camisas de partidos e sindicatos, o bairro turístico da cidade foi tomado por dezenas de sindicalistas vestidas de preto, com velas nas mãos e acompanhando um caixão ao som de marcha fúnebre e pessoas fantasias como a morte.

Inusitado e macabro, como é a reforma da Previdência de Bolsonaro para a vida da classe trabalhador porque retira/reduz o direito à aposentadoria, assim foi nosso cortejo fúnebre, que teve atenção e adesão de populares por duas horas, período de duração do protesto. O cortejo iniciou na praça da Independência e seguiu até a praça das Bandeiras, na frente do mar e na principal área turística da cidade. Que esse enterro símbolo, seja a antecipação do enterro político da reforma no Congresso Nacional", torce Jorge Caetano, secretário-geral do Sindicato dos Gráficos (STIG) no local.

Os deputados federais da região que defenderam a lei oriunda da reforma trabalhista, a exemplo do ex-prefeito Beto Mansur, não se reelegeram. O mesmo ocorrerá com quem aprovar a destruição da aposentadoria", frisou o movimento sindical. Até chegar à praia, com centenas de velas e cruzes fixadas no local onde enterrou simbolicamente a reforma da Previdência, a defesa da aposentadoria foi repassada para a sociedade da redondeza.

Além de Jorge, outros sindicalistas gráficos engrossaram a manifestação, como a presidente do STIG Santos, Sueli Reis, bem como os diretores Djalma Kwtzsch e Carlos dos Santos. O sindicato está muito preocupado o direito dos gráficos à aposentadoria, que será destruído se esta reforma passar. O órgão realizou até uma palestra sobre os prejuízos da medida. Apesar do jurista da entidade, Sérgio Pardal, especializado no tema, ter feito a palestra em março, poucos dos 450 gráficos da base participaram, sendo pior agora no cortejo fúnebre, onde nenhum deles esteve presente.

"O fato é que o movimento sindical continua na luta em defesa da classe trabalhadora. Contudo, o enterro político da reforma dependerá muito de cada gráfico, químico e profissionais das demais categorias. Será preciso pressão total, inclusive nas empresas e com o povo na rua inclusive, para os deputados federais e senadores rejeitarem a reforma da Previdência. Sem reações, perdem todos os trabalhadores", adverte e finaliza Jorge.

A Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp), órgão que o STIG é filiado, reafirma sua solidariedade à atuação do movimento sindical da Baixada Santista e entende ser necessário unir forças contra a proposto do atual governo que visa unicamente a destruição de direitos dos trabalhadores, a exemplo da aposentadoria, usando ainda falso discurso do combate ao privilégio, mesmo protegendo os empresários, militares e outros setores da elite. Não taxa as grandes fortunas e nem cobra dos sonegadores da Previdência, mas ataca justamente o menos favorecido. "Temos de criar e intensificar a luta sobre deputados e senadores contra tal imoralidade. Afinal, foram eleitos pelo voto do povo e não podem ataca-los com o fim da aposentadoria e outros direitos", diz Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp.

written by FTIGESP