Jul 03

Começa temporada de assembleia de gráficos nas regiões do estado. Os sindicatos precisam aproveitar a oportunidade para se reaproximarem do trabalhador em defesa de seus direitos através da manutenção dos STIGs

O achatamento salarial tem sido uma prática muito comum pelas gráficas paulistas. E, nos últimos anos, desde a chegada de Temer na presidência, o patronal tem feito de tudo para diminuir a remuneração da classe. Tem congelado o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e não mais reajusta o salário acima da inflação, como no período dos governos Dilma e Lula. Muitos profissionais têm perdido até o interesse de continuar no setor. E os gráficos que se submetem estão tendo mais dificuldades. A renda tem caído. E os direitos a cada dia mais ameaçados pelas ações do governo Bolsonaro - este mais neoliberal e alinhado com os interesses do setor empresarial e contrário à organização sindical dos trabalhadores.

"O cenário adverso recairá sobre a campanha salarial atual, que priorizará agora só o reajuste salarial e da PLR, mas os efeitos mais danosos podem recair logo na sequência sobre a manutenção dos sindicatos e dos direitos dos trabalhadores quando a convenção coletiva perde toda validade", fala Leonardo Del Roy, presidente da Federação Paulista da classe (Ftigesp).

A convenção é o conjunto de direitos dos empregados acima da CLT em todas as gráficas do estado. Logo, os 19 sindicatos paulistas, inclusive os de Santos e do ABC, e a categoria precisam aproveitar as assembleias para darem início a construção de uma aliança da categoria para evitarem a destruição total dos sindicatos diante do perfil patronal hostil em sintonia ao do governo Bolsonaro, e, consequentemente a destruição dos direitos dos trabalhadores, face a fragilidade dos STIGs ainda maior do que hoje.

A assembleia, se não se limitar só a publicação de edital de convocatória em jornal, pode ser uma relevante oportunidade na busca desta aliança da classe trabalhadora com a sua entidade representativa em defesa dos seus direitos e remuneração, destaca a Ftigesp. A sobrevivência do STIG depende dessa aliança com os gráficos a partir desta campanha salarial; e os salários e direitos dignos dos trabalhadores dependerão unicamente da sua unidade e participação em torno do seu sindicato. Os sindicatos, portanto, precisam retomar as ações de porta de fábrica de maneira mais constante, ou passarem a fazer, para orientarem a classe sobre o cenário.

"É preciso investir na reaproximação do maior número de trabalhadores ao sindicato. E esta campanha salarial não pode ser tratada apenas como uma negociação salarial como das anteriores, ou só para tratar sobre piso ou PLR, mas os STIGs devem apostar na sindicalização da categoria para que se prepare aos enfrentamentos necessários para a sobrevivência dos sindicatos a fim de haja a manutenção dos direitos dos gráficos", diz Del Roy.

Assembleias dos gráficos

STIG Taubaté (23/06), STIG São Paulo (28/06), STIG Rio Preto ( 04/07), STIG Guarulhos (05/07), STIG Barueri/Osasco (05/07), Ftigesp (06/07), STIG Araçatuba (07/07), STIG Campinas (07/07), STIG Sorocaba (12/07) e STIG Jundiaí (14/07).

written by FTIGESP